Há dois anos, Maurício Bellaver, produtor de frutas em Farroupilha, Rio Grande do Sul, apostou em uma nova estratégia para combater os estragos causados pela geada na plantação. Orientado por técnicos agrícolas, decidiu fazer um teste em parte de sua propriedade para proteger o pomar do frio com a pulverização de um produto a base de aminoácidos (nutrientes que se ligam entre si para formar as proteínas, que são a essência de todas as formas de vida).
Desde que tomou a decisão, o produtor que cultiva pêssegos, ameixas, caquis e uvas, em um terreno de 45 hectares, viu os estragos causados pelo fenômeno meteorológico caírem pela metade. Neste ano, Maurício conta que vai aplicar a fórmula pelo segundo ano consecutivo em toda a lavoura. “A coisa melhorou aqui, pode dar até temperatura abaixo de zero grau que a árvore aguenta, o fruto não queima como acontecia antes”, comemora Bellaver.
50%
É em quanto diminuíram os estragos causados pela geada em uma lavoura de pêssegos, ameixas, caquis e uvas no Rio Grande do Sul com a pulverização de aminoácidos.
O que explica a maior resistência das plantas é uma alteração no modo como ela realiza seu processo de fotossíntese, conforme detalha Marcos Revoredo, engenheiro agrônomo da Alltech Crop Science. “Os aminoácidos promovem o aceleramento do metabolismo da planta, aumentam a temperatura interna do tecido vegetal da célula. Isso faz com que se altere o ponto de congelamento celular da planta”, relata.
Revoredo enfatiza que as plantas produzem naturalmente aminoácidos, mas que produtos como esse têm a capacidade de “turbinar” a circulação de seiva do vegetal. O insumo pode ser utilizado em qualquer cultura, segundo ele. “Tratam-se de produtos líquidos, alguns têm nutrientes na composição e outros produtos são apenas aminoácidos, que devem ser aplicados de forma pulverizada. O importante é garantir que o produto seja absorvido pela folha e que essa substância seja metabolizada”, explica.
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