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Um acordo selado entre a Brasil Foods (BRF) e a Associação dos Avicultores dos Campos Gerais (AACG) tenta conter o descontentamento dos produtores que estão migrando da produção de perus para a de frangos na região. A transição foi confirmada em dezembro do ano passado e as negociações se prolongam desde então.

Pelo acordo, a indústria se comprometeu a aumentar o preço mínimo praticado na região e a remunerar o uso de equipamentos nas granjas. Com isso, a BRF tenta incentivar os produtores a atualizarem suas propriedades para garantir maior produtividade.

Segundo o presidente da AACG, Carlos Sergio Bonfim de Andrade, o acordo é inédito. "Tivemos uma vitória significativa com o aumento do preço mínimo pago por barracão. A empresa se propôs a discutir os nossos custos, o que não acontecia anteriormente. Os avicultores também vão poder ganhar mais se modernizarem seus barracões." Nem a associação nem a BRF informam os valores negociados.

Para chegar ao acordo, a associação desenvolveu uma planilha de custos, contemplando as demandas dos produtores. Agora, pretende manter uma agenda frequente de discussões para melhorar o sistema de integração empresa-produtores. A meta do setor é ampliar a escala de produção.

A assessoria de imprensa da Brasil Foods informou que todos os dados sobre o acordo firmado estão sob a responsabilidade da AACG e que não deve se pronunciar sobre o assunto. Parte dos produtores ainda mostra-se insegura ante as mudanças. "Até agora, não me disseram nada sobre esse acordo. As promessas antigas estão ficando para trás. Disseram que em novembro eu estaria entregando o primeiro lote de frangos; já estamos em dezembro e até agora nem chegaram os pintainhos", relata Luiz Octávio Banach Filho, de Castro, nos Campos Gerais. Suas granjas ainda não foram readequadas.

Cerca de 400 avicultores da região enfrentam o processo de transição, conforme a AACG. O quadro deve-se à decisão da Brasil Foods de mudar sua linha de abate de perus para o Centro-Oeste do país, mais precisamente para a unidade de Mineiros, em Goiás.

Os avicultores vêm recebendo compensação pelo tempo em que os barracões permanecem inativos. Há cerca de um mês, a empresa começou a readequação dos aviários. O pagamento deve ser interrompido a partir desse processo.

O processo de readequação dos aviários começou por Piraí do Sul, a 75 quilômetros de Ponta Grossa. Estão sendo alterados cerca de 20 granjas no município, conforme o presidente da AACG. A expectativa é que, antes do final do primeiro bimestre de 2011, todos os produtores estejam com suas instalações adaptadas para a produção de frangos.

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