A estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) não para de crescer. A projeção da estatal para a produção do cereal de inverno, que começou em 37,4 milhões de toneladas em outubro, agora é calculada em 43,2 milhões de toneladas – um crescimento de 10,4% (4,1 milhões de toneladas) sobre a safrinha de 2012 (39,1 milhões de toneladas). Na comparação com o relatório do mês passado, houve incremento de 500 mil toneladas.
“A normalização climática ocorrida nas semanas seguintes ao levantamento do mês de março, superou esse receio [de redução da área plantada devido ao atraso na colheita da soja em Mato Grosso] proporcionou um incremento recorde na área plantada”, explica o documento. Com área 25%, o estado do Centro-Oeste lidera a produção de milho segunda safra brasileira, com 16,9 milhões de toneladas, conforme a estatal.
O Paraná, segundo no ranking nacional, deve colher 11,5 milhões de toneladas. “O quadro climático apresentou-se bastante positivo durante praticamente todos os estágios importantes da lavoura, estando previsto a ocorrência de recordes na produtividade, quando se compara com o período de 2012”, diz o levantamento da Conab. Na média, as lavouras do estado devem render pouco mais de 89 sacas por hectare, 6,8% mais que no ano anterior.
O novo salto na produção de milho safrinha compensou com folga o reajuste negativo promovido pela estatal na safra de soja (agora calculada em 81,5 milhões de toneladas) e de feijão (para 2,86 milhões de toneladas), alçando a produção total de grãos do Brasil para 184,15 milhões de toneladas. Em sua primeira projeção, a Conab trabalhava com uma safra de, no máximo, 182,3 milhões de toneladas. No ciclo passado, os produtores brasileiros tiraram dos campos 166,17 milhões de toneladas, de acordo com a companhia.
Exportações
Somada à safra de verão, a safrinha eleva a produção brasileira de milho a 77,998 milhões de toneladas, num avanço de 6,9% (5 milhões de toneladas) sobre 2011/12. A Conab destaca que, “diante da confirmação de mais uma safra recorde, o mercado interno já demonstra sinais de enfraquecimento nos preços, sobretudo, em regiões produtoras onde o impacto logístico é mais acentuado, a exemplo do Mato Grosso” e afirma que as exportações do cereal devem ficar concentradas no segundo semestre “com uma provável paridade bem abaixo do que vinha sendo registrado neste último ano, já que há uma projeção de recuperação da safra de milho dos Estados Unidos”.
Mesmo prevendo competição com norte-americana, a estatal manteve a sua projeção de exportações em 15 milhões de toneladas, frisando que até o momento os embarques do cereal somam 4,5 milhões de toneladas. Isso deixaria o país com estoques finais de 17 milhões de toneladas, “o que pode provocar a necessidade de intervenção governamental, inclusive com a utilização de instrumentos que possibilitem a recomposição dos estoques públicos”, admite a companhia.