As ações da Vanguarda Agro tiveram forte alta no pregão desta segunda-feira, 4, da BM&FBovespa após a companhia de grãos anunciar, na última sexta-feira, a reestruturação de 60% de sua dívida corporativa com os bancos Bradesco e Itaú BBA. O acordo com as instituições está condicionado ao êxito da renegociação de outros débitos da companhia, cuja dívida total soma hoje cerca de R$ 850 milhões. Nesta segunda-feira (5), os papéis da Vanguarda Agro fecharam com valorização de 20,15%, cotados a R$ 14,85.
Com a renegociação, o prazo médio destas dívidas passa a ser de cinco anos e meio. Isso dará fôlego operacional à companhia, que tinha a maior parte de seus débitos vencendo no curto prazo, com uma parcela a ser paga ainda em 2016. O atual desenho da companhia foi criado a partir da fusão da Vanguarda com a Maeda, em 2011. Hoje, o negócio tem mais de 160 mil hectares de terras sob sua administração.
Uma das decisões recentes da Vanguarda Agro, dentro do processo de reestruturação que o negócio vem empreendendo dos últimos anos, foi a decisão de focar a operação no Estado de Mato Grosso, líder na produção do grão no mercado nacional. Aos poucos, a Vanguarda está se retirando de Estados como Piauí, Tocantins e Bahia.
Uma fonte de mercado explicou que a reestruturação da Vanguarda teve sucesso porque a empresa vem gerando caixa, apesar de o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) ainda não ser suficiente para o pagamento dos pesados débitos que venciam no curto prazo. O fato de a empresa deter ativos agrícolas também teria facilitado o processo de renegociação com os bancos.
Outra questão que teria pesado a favor do sucesso das renegociações com Itaú BBA e Bradesco, segundo apurou o jornal “O Estado de S. Paulo”, foi o fato de o preço da soja estar em ascensão no mercado internacional. No primeiro semestre, a cotação do grão no mercado brasileiro subiu cerca de 15%. Além de soja, a Vanguarda Agro também administra lavouras de milho e algodão.
Desafios
Apesar de ser visto como mais resiliente à crise, o setor do agronegócio não está imune a turbulências. Além das conhecidas dificuldades enfrentadas pelas empresas do setor de açúcar e álcool, grupos ligados à negociação de grãos também tiveram reveses e atualmente estão em recuperação judicial. O caso mais recente foi o da Bom Jesus, que pediu recuperação judicial no início de junho para sanar dívida de cerca de R$ 3 bilhões.
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