Conforme apuração do grupo, a colheita do cereal, principal produto atingido pela seca e calor, não deve totalizar 254 milhões de toneladas. O número foi revelado à comitiva pelo diretor da Associação de Soja de Illinois, Ken Dalenberg, e está em linha com o que a Expedição Safra Gazeta do Povo apurou na semana retrasada em uma incursão pelo Meio-Oeste norte-americano.
Já a projeção de produtividade do cereal pode cair a 6,3 mil quilos por hectare (equivalente a 105 sacas por hectare), número muito inferior ao anunciado pela Pro Farmer, uma consultoria que também percorreu os principais estados produtores dos Estados Unidos e calculou que o rendimento do grão atingiria 7,55 toneladas (125 sacas por hectare). Nas regiões ao sul do país, a produtividade do milho pode ser ainda mais baixa e chegar 3,150 quilos por hectare (52,5 sacas/ha), conferiu o Intercâmbio da Soja.
Tecnologia
No caso da soja, a quebra pode não ter proporções não tão desastrosas em relação ao milho. Além de o plantio do produto ter ocorrido mais tarde, a tecnologia adotada pelos norte-americanos também deve contribuir para amenizar as perdas. Mesmo após sofrer com uma das piores secas em mais de 50 anos, parte das plantações voltou a apresentar condições de produção com o retorno das chuvas nos últimos dias. No ano passado, as variedades de alta tecnologia embutida na semente também evitaram que o Sul do Brasil tivesse prejuízo maior.
O seguro agrícola norte-americano também deve amortecer o impacto da quebra de safra no país. Segundo o organizador do projeto de incursão nos Estados Unidos, Ricado Arioli, cada produtor investe o equivalente a pouco mais US$ 12 por hectare para contratar o seguro. Por conta disso, cerca de 90% dos agricultores do país tem algum tipo de proteção.