As áreas de soja ilegal identificadas pelos fiscais da Secretaria Estadual da Agricultura (Seab) chegaram a 4,7 mil hectares neste mês. Ano passado, essa extensão só foi atingida em meados de agosto. O aumento vai fazer a Defesa Sanitária Vegetal ampliar a fiscalização, afirma a agrônoma Maria Celeste Marcondes.
O cultivo de soja é proibido em todo o Paraná de 15 junho a 15 de setembro por força do vazio sanitário. A estratégia, adotada há dois anos, tenta quebrar o ciclo do fungo que provoca a ferrugem asiática para facilitar o controle da doença no verão .
Na safra 2009/10, houve 2.371 focos de ferrugem no Brasil e 265 no Paraná, conforme o consórcio criado para controlar a doença. Esses números mostram redução nos registros, que chegaram a, respectivamente, 2.884 e 1.582 no ciclo anterior.
O aumento da área de soja ilegal neste inverno, segundo os técnicos, eleva o risco de a doença ganhar força no próximo verão. O total de notificações passou de 100 nos últimos dias. Segue o ritmo do registrado ano passado. Porém, o que importa na hora de medir o risco é a área com soja, que aumentou consideravelmente, pontua Maria Celeste. A área de soja ilegal já identificada pelos fiscais equivale a cerca de 5 mil campos de futebol.
As aplicações de fungicidas para controle da ferrugem voltaram a aumentar no ano passado, conforme dados da Seab. A média foi de 1,8 pulverização, ante o índice de 1,3 em 2008/09. O aumento foi atribuído ao clima chuvoso, que favorece a ferrugem asiática. Com o controle da soja no inverno, essa taxa tende a cair novamente.