O governo da Argentina anunciou na última sexta-feira (21) que investirá cerca de US$7 bilhões na duplicação da área agrícola irrigada, que passaria a 4,3 milhões de hectares em 2030.

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O plano visa aumentar em 50% a produtividade de 2,2 milhões de hectares que atualmente não têm irrigação, depois de uma série de secas que nos últimos anos afetaram o potencial de produção do país, o maior exportador mundial de óleo e farelo de soja e o terceiro de milho.

"O enfoque que propomos muda o olhar estratégico sobre a água. A meta é duplicar a superfície irrigada de nosso país, o que implica a incorporação de tecnologia, de conhecimento e de uso de saberes e de experiências necessárias", disse o ministro da Agricultura, Carlos Casamiquela, em um comunicado.

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O total de hectares plantados com irrigação na atual temporada, de 2,1 milhões, representa 6,1% dos 34,2 milhões de hectares usados pela agricultura na temporada 2013/2014.

Os 4,3 milhões de hectares irrigados previstos no planejamento para 2030 representariam 12,5% da área plantada na temporada, que foi prejudicada por uma prolongada estiagem em dezembro e janeiro, a qual reduziu o rendimento do milho semeado mais cedo.

Na safra 2008/09, uma grave seca reduziu drasticamente as colheitas de soja e milho, os dois principais produtos agrícolas da Argentina.

O Ministério da Agricultura investirá mais de $56 bilhões de pesos (US$7 bilhões) no projeto, dos quais a região agrícola central receberia ao redor de US$3,6 bilhões, segundo o comunicado do órgão à imprensa.

As províncias do norte da Argentina, normalmente as mais afetadas pela escassez de água, mas detentoras de uma participação menor na produção agrícola, obteriam investimento aproximado de US$3,2 bilhões.

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"Serão incorporados 143 mil hectares à matriz produtiva anual e a estimativa é que haverá um incremento na produção de pelo menos 50% nas regiões com projeto na zona dos pampas (a área agrícola mais rica)", segundo o Ministério da Agricultura.

O anúncio ocorre num momento em que os agricultores começam a colher os primeiros lotes de soja e milho da safra 2013/2014. O governo disse nesta sexta-feira que o clima seco nos próximos dias favoreceria a colheita dos dois produtos e evitaria maiores danos causados por doenças.

As chuvas, que começaram a partir da segunda metade de janeiro --depois de um início de verão muito seco e quente-- e continuaram neste mês, o que resultou em excesso de água em distintas zonas agrícolas e prejudicou a atividade rural, favoreceram o desenvolvimento de doenças fúngicas.

A Bolsa de Comércio de Rosário --onde opera o principal mercado de grãos do país-- estimou que a colheita da oleaginosa alcançará o recorde de 54,7 milhões de toneladas e a de cereal, de 22,7 milhões de toneladas.