Enquanto no Brasil os dois principais estados produtores começam a colher, na Argentina os tratores com as plantadeiras acabaram de deixar as lavouras, que ainda precisam passar por um caminho repleto de incertezas climáticas. A tensão dos produtores argentinos só deve passar depois de abril, época para a qual os radares meteorológicos apontam expressiva redução de chuvas nas zonas agrícolas.
Nas duas últimas semanas, bons volumes de chuvas caíram sobre as regiões produtoras da Argentina, beneficiando boa parte das províncias de Buenos Aires, Entre Rios e Santa Fé e permitindo que a semeadura de soja e milho fosse praticamente concluída no país. No entanto, em Córdoba, maior região produtora argentina, há intenso déficit hídrico, especialmente ao Sul. De acordo com o agrônomo da Bolsa de Cereais de Buenos Aires, Esteban Copati, o volume de chuvas foi insuficiente na maior parte da região. Ele diz que a diferença de precipitações chegou a 50 milímetros em regiões separadas por poucos quilômetros.
"Apesar dessa recuperação de umidade, as perdas de produtividade já são irreversíveis em parte das primeiras áreas plantadas com milho (75% da área total do país)", revela. A última estimativa de produção do cereal feita pela Bolsa portenha é de 19,5 milhões de toneladas. Para a soja, a projeção é de 47 milhões de toneladas.
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