Boa parte da produção de milho e trigo do Paraguai sai das lavouras para ficar estocada em bolsões gigantes, que substituem os armazéns. Em passagem pelo país na última semana, a Expedição Safra Gazeta do Povo encontrou os silos bag, como são chamados tecnicamente no campo, em quase todas as fazendas, de Norte a Sul do país. Na principal unidade de recebimento de grãos da cooperativa Lar, em San Alberto, os gigantescos sacos plásticos guardam 15% da capacidade total da planta, o equivalente a 4,5 mil toneladas. Nesta semana, a Expedição percorre a Argentina, visitando lavouras e centros de dados como portos e consultorias.
Mate além da fronteira
Assim como no Rio Grande do Sul, o consumo e a produção de erva-mate são tradicionais no Paraguai e na Argentina. Só na área de atuação da cooperativa Colonias Unidas, na região de Obligado (Sul do Paraguai), o cultivo do produto ocupa 4 mil hectares. "Planto para dar continuidade à tradição da família", justifica Ewald Loblein, um dos associados (foto). Em busca de maior rentabilidade e eficiência produtiva, Loblein está adotado novas técnicas de cultivo do produto. Pretende aumentar a população de plantas de 1 mil para 3 mil por hectare. Dessa forma, é possível aumentar a massa foliar das árvores. "Se não fizer isso, são os troncos que puxam mais energia do solo e acabam ficando mais grossos", avalia. A cooperativa Colonias Unidas estima que haja um déficit de 2 mil toneladas de erva seca no mercado internacional neste ano. Para suprir essa demanda, porém, terá de esperar, pois a colheita da erva só ocorre depois de ter sido plantada em pelo menos cinco anos antes.