Tirar do papel um complexo de armazenagem que se pague não é tarefa fácil no Paraná, mostrou a terceira e quarta edições do Ciclo de Palestras Informação e Análise do Agronegócio. O evento, realizado na segunda-feira (2) pela manhã em Londrina (Norte do estado) e à noite em Maringá (Noroeste), apontou que uma das saídas está na formação de grupos de investidores.
“É impossível que um produtor [com áreas pequena ou média] consiga pagar a estrutura com R$ 2 por saca [valor que economizaria com armazenagem própria]”, disse o analista e técnico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e um dos palestrantes do Ciclo, Eugênio Stefanelo.
Dados compilados pelo especialista mostram que uma estrutura para estocagem de 1,8 mil sacas de 60 quilos – que equivalem a uma produção de cerca de 30 hectares, considerando a produtividade média de soja do estado (55 sacas por hectare) demanda investimento da ordem de R$ 200 mil, incluindo somente a compra de equipamentos de pré-limpeza e obras civis. Isso tiraria R$ 2 por saca de soja de uma área de 380 hectares durante cinco anos. No Paraná, a maior parte das unidades produtoras tem menos de 100 hectares.
Além da alta cifra é preciso ter paciência para aguardar de três a quatro meses pela entrega dos equipamentos, destacou o representante do Banco Regional do Extremo Sul (BRDE), Sérgio Hekave. Um dos entraves está na liberação dos recursos financiados pelo Plano de Construção e Ampliação de Armazéns (PCA).
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