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Aquecimento global e mudanças climáticas são assuntos que têm ocupado grande espaço na mídia ultimamente. Diante dessa exposição, muitas pessoas confundem e aceitam o que se fala como sendo verdades absolutas. O problema deste assunto, bastante polêmico, é que assistimos apenas um lado das discussões. Aquele que muitas vezes contesta, com argumentos convincentes, não encontra espaço suficiente na mídia. Acredito que é preciso debater os dois lados, para que possamos formar uma opinião sobre um assunto que, particularmente, está longe de ser conclusivo. Acredito, ainda, que não conhecemos o suficiente dos mecanismos atmosféricos para fazer afirmações como estas. E conhecemos menos ainda daquele que realmente envia a energia para o planeta Terra: o Sol. Podemos dizer que conhecemos muito pouco do Sol.

A este assunto, muitas pessoas associam ocorrências naturais do clima com aquecimento global. Eventos de grande escala, ou seja, de escala global, como "El Niño" e "La Niña", muitas vezes são confundidos ou relacionados com o aquecimento global, quando, na verdade, são fenômenos climáticos naturais, que sempre ocorreram e continuarão ocorrendo, independente das temperaturas do planeta subirem ou não.

Neste ano, por exemplo, com o clima sob a influência do "La Niña", não devemos confundir as adversidades climáticas que este fenômeno impõe, com aquecimento global, não somente no Sul do Brasil, como em outras regiões ao redor do planeta. O "La Niña" afeta o clima de diferentes maneiras, em várias partes do mundo. Para alguns, o clima se mostra mais favorável, como no Nordeste e Norte do Brasil, onde as chuvas apresentam uma distribuição mais regular e são mais abundantes. Enquanto que no Sul do Brasil observamos precipitações muito irregulares – as fases com pouca chuva também caracterizam alguns períodos de estiagem. Mas como em anos de La Niña os extremos ocorrem, no Paraná observamos um período com chuvas muito abaixo da média, entre junho e meados de outubro e, no último mês, chuvas muito acima da média.

Já as previsões para as próximas semanas indicam que as chuvas devem diminuir novamente em toda a Região Sul do Brasil. Portanto, o setor agrícola, que depende diretamente das condições climáticas para o bom desenvolvimento das lavouras, deve ficar atento às previsões nos próximos dias. A tendência é de precipitações abaixo da média neste final de novembro e início de dezembro.

As temperaturas, a exemplo das precipitações, também apresentam variações bruscas, onde os extremos se acentuam, com temperaturas máximas altas, intercaladas com a entrada de uma ou outra onda de frio, que provocam quedas repentinas. Situação típica deve ocorrer nesta semana, com temperaturas baixas para a época do ano, principalmente no Leste da Região Sul.

Luiz Renato Lazinski, meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

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