A previsão de fortes chuvas e mais atraso na colheita de grãos ao Sul da principal região produtora dos Estados Unidos deu à soja ganhos expressivos na Bolsa de Chicago neste início de semana. As cotações futuras da commodity fecharam o primeiro pregão com 3% de alta, valendo mais de US$ 9,20 por bushel para os principais vencimentos.
O impulso está relacionado principalmente ao clima no chamado Corn Belt, cinturão de produção de grãos norte-americano, que deve receber grande volume de chuvas nos próximos dias. Também há previsão de queda acentuada das temperaturas. Há quem enxergue risco de inundações. Ao Sul de Missouri, Kansas, Indiana e Ohio a tendência é que as precipitações acumuladas cheguem a mais de 70 milímetros em dez dias. Em outras partes do Meio-Oeste dos Estados Unidos também chove, de 16 milímetros a 45 milímetros.
Diante da possibilidade de comprometimento do potencial produtivo de algumas lavouras, o mercado precificou eventuais problemas ou redução na estimativa de safra do maior produtor global de grãos. Na próxima sexta-feira (10), o Departamento de Agricultura do país, o Usda, atualiza suas projeções para oferta e demanda mundial.
Colheita atrasadaNo final da tarde desta segunda-feira (06), o Usda confirmou o que os investidores esperavam. Os trabalhos de retirada de soja e milho dos campos norte-americanos estão bastante atrasados em relação à média para esta época do ano. De acordo com o órgão, 20% da área ocupada pela oleaginosa foram colhidos até o momento, contra uma média histórica de 35%.
A colheita de milho também segue atrás do registrado em anos anteriores. O índice atual está em 17% da área total cultivada, ante 32% apontados na média de cinco anos. Porém, houve melhora nas condições das lavouras na última semana. O porcentual que revela tamanho da área de soja em excelentes condições subiu para 20%, contra 19% indicados na semana passada. Mesma evolução ocorre no quadro do milho, que tem 24% do território em estado excepcional de desenvolvimento.
Demanda aquecidaAlém das condições de lavouras, o Usda também trouxe números altistas para os preços em relação à demanda pelo produto norte-americano. O relatório de inspeções de exportações do país indica que 974 mil toneladas deixaram os portos dos Estados Unidos rumo a destinos estrangeiros na semana encerrada em 2 de outubro. O volume é superior aos 697 mil toneladas apontadas na semana passada e também às 834 mil toneladas embarcadas nesta época do ano passado.
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