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Atraso no milho atrapalha a soja

Apesar das chuvas das últimas semanas, o plantio da soja e do milho segue atrasado no Paraná. No caso da oleaginosa, a semeadura passou de 10% na última semana, quando deveria estar em 22%, considerando o ritmo do ano passado, que contou com chuvas bem distribuídas. Os produtores não conseguiram recuperar o atraso no plantio do milho, que deveria estar batendo em 80%, mas segue dez pontos abaixo desse índice.

O produtor Milton Martinez, de Sertanópolis (Norte), nem começou a plantar. Desde que voltou a chover na região, há duas semanas, as precipitações somaram apenas 31 milímetros (mm), relata. Ele mantém um pluviômetro em sua propriedade e espera mais 20 mm para iniciar a semeadura. "As chuvas ainda não dão nem para preparar a terra", relata, "a dessecação fica mal feita por falta de umidade". O agricultor vai plantar apenas soja. O plantio de milho foi descartado pelas características do clima da região, que não tem noites frias mesmo quando a chuva é regular nesta época do ano.

Martinez conta que o problema é maior na área convencional, que representa 60% de sua propriedade. "Não conseguimos quebrar os torrões com as mãos." Na área de plantio direto na palha, a umidade seria 20% maior. O drama ocorre em dezenas de municípios das regiões Norte, Noroeste e Norte Pioneiro.

"O produtor fez o máximo que conseguiu para recuperar o atraso no plantio do milho e começar a planta a soja, mas não conseguiu chegar no estágio que já estava nesta mesma época do ano passado", avalia o agrônomo do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria Estadual da Agricultura (Seab) Otmar Hubner. Ainda não há estimativa de quebra na safra. O plantio da soja e do milho vai ocorrer simultanemante até dezembro, prevê. Ele conta que, com as chuvas das duas últimas semanas, o plantio segue acelerado nas regiões Oeste, Sudoeste, Sul, Centro-Sul e Centro do estado.

Na avaliação do meteorologista Luiz Renato Lazinski, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a umidade do solo melhorou muito no Paraná. Mesmo assim, a umidade está baixa, inclusive em áreas do Oeste, onde vêm ocorrendo mais precipitações que no Norte. "As chuvas estão ocorrendo de maneira muito irregular. Às vezes, num mesmo município, temos variação na precipitação de mais de 50 ou 60 milímetros." Para o plantio, os produtores dependem de pelo menos 50 milímetros de chuva, ou 50 litros por metro quadrado.

O especialista afirma que o produtor age corretamente ao acelerar o plantio. Isso porque as previsões indicam a ocorrência de um novo período de estiagem entre novembro e meados de dezembro.

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