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safra 2015/16

Avanço da soja coloca novo recorde no radar

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(Foto: DIRCEU PORTUGAL/GAZETA DO POVO/DIRCEU PORTUGAL/GAZETA DO POVO)

A valorização da soja coloca o Brasil à beira de uma nova safra recorde. Com o preço do grão próximo dos R$ 70 por saca (60 kg) no Paraná – 27% maior ao praticado há um ano – as estimativas para a temporada 2015/16 são as mais otimistas possíveis.

De acordo com o primeiro relatório da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado na semana passada, o país irá colher entre 100,1 milhões e 101,9 milhões de toneladas de oleaginosa, acima das 96,2 milhões de toneladas na safra passada, até então marca histórica. A “superprodução” é reflexo do aumento da área. Cerca de 33,2 milhões de hectares serão cobertos com o grão, ou 3,6% mais em relação à temporada anterior. Por outro lado, haverá recuo no milho, projetado entre 82,6 milhões a 83,6 milhões de toneladas. A safra total de grãos é projetada entre 210,3 milhões e 213,5 milhões de toneladas, contra as 209,8 milhões da temporada anterior.

No Paraná, a situação é a mesma. Animados com a alta do preço da soja, agricultores de Campo Mourão, na região Centro-Oeste, abriram mão do milho para ampliar a lavoura com a oleaginosa.

Álvaro Roberto Mischiatt faz parte deste grupo. O produtor irá dedicar os 500 hectares da propriedade para a soja. Na safra passada, cerca de 10% da área ainda receberam milho.

“Não dá para apostar no milho com a saca de soja subindo todos os dias. Além de ocupar toda a minha área com soja, ainda arrendei mais 70 hectares”, conta Mischiatt, que já semeou 20% da propriedade. “Já fechei contrato de 30% da lavoura a R$ 68,00 a saca. O restante vou esperar uma alta nos preços”, complementa.

O colega Juvercindo Gaia não teve a mesma sorte. O produtor planejava ampliar a área de soja, mas não encontrou terra disponível. “Vou ter de plantar apenas os 95 hectares, pois não tem área de expansão disponível”, reclamou Gaia, que na safra passada colheu, em média, 61 sacas por hectare. “Aumentei a adubação, melhorei a variedade [da semente] e espero colher, em média, de 75 sacas por hectare na próxima colheita”, contou.

Em Engenheiro Beltrão, também na região Centro-Oeste do estado, o produtor Roberto Oliveira deixou de plantar 24 hectares de milho para ampliar a lavoura de soja para 145 hectares. “Se pensar no preço da saca de soja, não dá nem para cogitar em plantar milho”, diz.

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