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Puxada pelo agro

Balança comercial fecha abril com o maior superávit dos últimos 28 anos

Safra recorde de soja foi um dos fatores que puxou o maior superávit da balança comercial dos últimos 28 anos. | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Safra recorde de soja foi um dos fatores que puxou o maior superávit da balança comercial dos últimos 28 anos. (Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo)

A balança comercial brasileira fechou abril de 2017 com superávit de US$ 6,96 bilhões, no melhor resultado para o mês desde 1989. As exportações somaram US$ 17,7 bilhões e as importações, US$ 10,7 bilhões. As vendas externas tiveram o impulso da safra recorde e da alta dos preços de commodities como soja e minério de ferro no mercado internacional. As exportações de produtos básicos avançaram 29,2% frente a abril do ano passado.

Entre os principais itens, o minério de ferro teve uma alta de preço de 127% ante os quatro primeiros meses de 2016, com um incremento de apenas 0,7% na quantidade exportada. O petróleo bruto teve um aumento de 75% no preço na mesma comparação. Semimanufaturados de ferro e aço (+54,6%), açúcar em bruto (+46,1%), entre outros produtos também tiveram aumentos expressivos nos preços no primeiro terço de 2017.

Segundo avaliação do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), chama a atenção as exportações da indústria automobilística. Com a recessão no Brasil, o setor tem se esforçado para ampliar presença no mercado interno. Com isso, de janeiro a abril, aumentaram em 75,8% as vendas de veículos de cargas e em 48,6% as exportações de automóveis de passageiros.

As importações também cresceram, porém em ritmo mais lento, o que propiciou o aumento do saldo comercial. Foi o quinto mês seguido de aumento nas compras externas, que avançaram 13,3% frente ao mesmo mês do ano passado, num sinal de reaquecimento da economia brasileira. Em abril, houve alta nas importações de combustíveis e lubrificantes (28,5%), mas também de bens intermediários (16,5%) e de bens de consumo (6,3%). As compras de bens de capital, que são máquinas e equipamentos usados para ampliar a capacidade produtiva, retrocederam em 5,9%, num termômetro de que os investimentos no país ainda devem demorar a se recuperar.

Comparando-se abril de 2017 com o mesmo mês do ano passado, houve uma queda de 13,3% na quantidade de carne nas exportada. Porém, levando-se em conta o valor das exportações, houve um aumento de 0,2%. Este aumento, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), estabilizou os índices de exportação do volume total de carnes (bovinos, suínos e frangos). O secretário de Comércio Exterior, Abraão Neto, considera que os números podem ter relação com a Operação Carne Fraca.

“Houve uma diminuição no volume de importação em comparação ao mesmo mês do ano passado que pode, sim, ter relação com a Operação Carne Fraca. Mas tivemos neste mês embargos em alguns países, que não tiveram nada a ver com questões sanitárias. Então, acreditamos que não foi só a operação. Agora o governo está trabalhando para estabilizar e normatizar essa situação o quanto antes”, declarou o secretário.

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