Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
agronegócio

Brasil diz que pode fazer mais pelo clima se tiver apoio financeiro

Maggi afirmou que deveria haver mecanismos de financiar produtores rurais que mantêm reserva legal, instrumento previsto pela lei florestal do País. | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
Maggi afirmou que deveria haver mecanismos de financiar produtores rurais que mantêm reserva legal, instrumento previsto pela lei florestal do País. (Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo)

O Brasil retomou um discurso de que quer ser pago pelas ações que têm tomado internamente para reduzir suas emissões de gases de efeito estufa. Os ministros Sarney Filho (Ambiente) e Blairo Maggi (Agricultura) estão em Marrakesh representando o País na 22ª Conferência do Clima e passaram, nos eventos que vêm participando, a mensagem de que financiamento externo seria bem-vindo.

Como chefe de delegação, Sarney Filho se dirigiu nesta terça-feira, 15, ao segmento de alto nível da conferência, que reúne chefes de estado e ministros, e lembrou os compromissos que o Brasil assumiu.

“Nossa NDC (Contribuição Nacionalmente Determinada) estabeleceu para a economia como um todo uma meta absoluta de reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 37% abaixo dos níveis de 2005 até 2025, e uma meta indicativa de 43% de redução até 2030. Estamos preparados para cumprir nossos compromissos e todo apoio internacional para nos ajudar a alcançá-los será muito bem-vindo”, disse em plenária.

“Com instrumentos financeiros e de investimento adequados, pretendemos atingir os nossos objetivos antes dos prazos estabelecidos e faremos os maiores esforços para ir além do que nos comprometemos na NDC”, complementou.

Questionado mais tarde se o Brasil estava passando o chapéu na COP, Sarney Filho disse que não. “Mas estamos deixando claro que cumprimos nossas obrigações e, portanto, é necessário que um pais em desenvolvimento tenha um suporte econômico. Não estamos passando o chapéu, mas deixando claro que as ajudas econômicas são muito bem-vindas”, afirmou à reportagem.

Na terça-feira, o ministro Maggi, em evento sobre a participação da agricultura no combate às mudanças climáticas, também afirmou que deveria haver mecanismos de financiar produtores rurais que mantêm reserva legal, instrumento previsto pela lei florestal do País.

O ministro do Meio Ambiente também reconheceu que o desmatamento da Amazônia voltou a subir. “Nós, brasileiros, estamos preocupados com as taxas de desmatamento na Amazônia. Apesar dos extraordinários resultados alcançados desde 2004, que refletem uma redução das taxas de desmatamento acima de 70%, as altas taxas de desmatamento que permanecem exigem que fortaleçamos nossas ações coercitivas, continuando a combater o desmatamento ilegal e, ao mesmo tempo, proporcionando às pessoas que vivem na Amazônia alternativas econômicas viáveis e sustentáveis que promovem o desenvolvimento das áreas florestadas, ao reconhecer o valor econômico dos recursos florestais.”

A taxa oficial do desmatamento entre agosto de 2015 e julho de 2016 ainda não foi divulgada, mas especula-se que ela pode ter sido próxima de 7 mil km². No período anterior, ela já havia subido 24%, superando a barreira dos 6 mil km².

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.