Brasil e Estados Unidos avançaram em medidas de facilitação do comércio e preparam acordos nesse sentido nas áreas agrícola e têxtil, dentro da estratégia de estabelecer medidas graduais para o acesso ao mercado.
A ideia é simplificar os procedimentos de exportação e importação e estimular as trocas bilaterais.
Em evento em Washington que marcou os dez anos do Diálogo Comercial Brasil-EUA, o secretário de Comércio Exterior do ministério do Desenvolvimento, Daniel Godinho, destacou alguns resultados concretos do mecanismo, entre eles a eliminação do papel no comércio bilateral.
Segundo Godinho, a medida está em vigor há pouco mais de um mês e quase todo o comércio entre os dois países já está sendo feitas por meio eletrônico (99% das exportações e 97% das importações).
“Cada operação tinha que ter um papel enviado e assinado com caneta azul. Eliminar isso é eliminar custo e tempo, e portanto ganhar competitividade e acesso ao mercado”, disse o secretário.
O próximo passo é um acordo sanitário e fitosanitário, que Godinho considera “fundamental” pois cobre 65% do comércio bilateral agrícola, que em 2015 atingiu US$ 5 bilhões. O objetivo também é “eliminar o papel”, disse, para dar agilidade às empresas envolvidas. A expectativa é que o acordo esteja pronto até o fim do ano.
Godinho disse que está perto de ser finalizado um acordo de convergência regulatória para o setor de cerâmica, que permitirá a produtos brasileiros entrar nos EUA com o selo do Inmetro, e aos americanos no Brasil com o de sua agência de certificação. Será o primeiro acordo de reconhecimento mútuo já assinado pelo Brasil. O setor têxtil também começou a negociar um semelhante.
Já em prática desde o fim do ano passado, a certificação no Brasil para exportação para os EUA será ampliada, com mais dois laboratórios no país.
Desde que o primeiro entrou em funcionamento, em dezembro, houve um aumento de 65% nas certificações e o tempo gasto caiu de um ano para 90 dias, disse Godinho, explicando que antes o exportador tinha que enviar a amostra do produto para ser testado e certificado nos EUA por laboratórios americanos.
“Identificamos que a principal barreira para a exportação de manufaturados brasileiros para os EUA eram barreiras não tarifárias, especialmente o custo de certificação”, afirmou o secretário.
Para o subsecretário de Comércio dos EUA, Kenneth Hyatt, o diálogo comercial com o Brasil tem servido para aproximar as posições dos países, com foco em estimular os investimentos e as trocas bilaterais.
“Em todos os setores, tentamos gerar resultados concretos, mas o mais importante é que essa plataforma fortalece esta importante relação”, disse.
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