Colombo – A combinação entre solo fértil, chuvas regulares e boa incidência de sol tornou o Brasil um dos principais produtores de madeira do mundo. Aqui, espécies exóticas como pinus e eucalipto conseguiram proezas de precocidade e produtividade impensáveis até mesmo em seus países de origem. O eucalipto atinge o ponto de corte aos sete anos, contra mais de 20 anos na Austrália, sua terra natal. O pinus brasileiro pode ser colhido em 20 anos, contra até 30 anos nos Estados Unidos, de onde é originário, e mais de 80 anos na fria Escandinávia, norte da Europa.A pesquisa está contribuindo para melhorar ainda mais o que, no Brasil, já era favorecido pela natureza. Com o desenvolvimento da atividade, empresas privadas e organismos públicos trabalham para conseguir plantas mais resistentes, produtivas e adaptadas às condições brasileiras e no combate às pragas e doenças que as atingem. A maior contribuição vem da Unidade Florestas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), sediada em Colombo, na região metropolitana de Curitiba.

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Na área de sanidade, os pesquisadores da Embrapa já desenvolveram o controle biológico da vespa-da-madeira, inseto que ataca as plantações de pinus. Eles descobriram um parasita capaz de invadir o inseto, tornando-o estéril. Está em fase experimental uma pesquisa de controle biológico do pulgão do pinus, que ataca o ponteiro da planta em crescimento. "O inimigo natural já está identificado e em fase de reprodução", revela Sergio Gaiad, chefe-adjunto da unidade. Outra frente da pesquisa para a cultura de pinus é o controle da armilariose, doença provocada por fungo, que causa o apodrecimento da raiz e mata a planta.

Já estão plantadas, em áreas experimentais, duas espécies de eucalipto (badjensis e benthamii) mais resistentes ao frio. Elas têm apresentado bom ritmo de crescimento e produtividade elevada em áreas com geadas severas. Serão indicadas para os três estados do Sul, região que responde por 7% da produção brasileira de eucalipto.

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Quando a Embrapa começou a pesquisar o eucalipto, em 1984, a produtividade média da espécie era de 15 metros cúbicos por hectare/ano. Hoje, já é comum no país um rendimento de 60 metros cúbicos. Além das condições naturais privilegiadas, os ganhos são resultado de melhoramento genético das plantas. Uma das técnicas mais desenvolvidas é a da clonagem.

A técnica aumentou em até 30% a produtividade nas áreas com eucalipto que abastecem a fábrica de papel da Klabin em Telêmaco Borba. "Conseguimos árvores mais uniformes, com melhor densidade e rendimento de celulose", resume Ivone Namikawa Fier, coordenadora de Pesquisa Florestal. Neste ano, a empresa plantará o volume recorde de 3 milhões de mudas de eucalipto clonadas – cópias idênticas de árvores com boas características selecionadas no campo. O pinus, cuja reprodução é feita por sementes, e não mudas, ainda não utiliza a clonagem. Já em estudo, a técnica deverá chegar à espécie em menos de uma década.