Nos próximos anos, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) promete uma série de ações para que o Brasil avance no combate a febre aftosa. De acordo com a ministra da pasta, Kátia Abreu, os 26 estados mais o Distrito Federal deverão ser reconhecidos como áreas livre com vacinação ainda este ano. O anúncio foi feito durante a abertura do Seminário Perspectivas para o Agribusiness 2015/16, promovido pela BM&F Bovespa, em São Paulo.
Atualmente, Amazonas, Roraima e Amapá não possuem reconhecimento pleno como áreas livres da doença com vacinação. Posteriormente a obtenção deste status pelo trio, o país deverá ingressar com o pedido, possivelmente no próximo ano, junto a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).
Após o cumprimento desta etapa, o Mapa trabalha com a possibilidade de o Brasil ser reconhecimento como área livre de aftosa sem vacinação até 2025. Esse status permitiria a abertura de novos mercados para carne nacional, ampliando as exportações. Atualmente, apenas Santa Catarina é considerada como livre de aftosa sem vacinação pela OIE.
“O Brasil está cercado por países e zonas livres com vacinação. Todos estão avançando e o país precisa acompanhar. Apoio totalmente a ministra e espero que seja ainda antes do prazo estipulado”, afirma o Norberto Ortigara, secretário de Agricultura e Abastecimento do Paraná.
Entre as ações previstas pelo Mapa está o acordo de cooperação internacional com a Venezuela para diminuir o risco de entrada do vírus no Brasil pela fronteira. Com a permissão do governo local, o Mapa irá ajudar a construir um sistema de defesa agropecuária. A ministra garantiu que não faltará recurso para outras ações de defesa agropecuária. Paraná
No início do ano, o governo do Paraná anunciou a intenção de que a campanha de vacinação contra a febre aftosa, encerrada no final de maio, seja a última no estado. Para obter o reconhecimento da OIE, a Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab) promete reformar e reconstruir 23 postos de fiscalização nas divisas com São Paulo e Mato Grosso do Sul e o Paraguai. Além disso, no início do mês, o governador Beto Richa assinou a contratação de 169 servidores pela Agência de Defesa Agropecuária (Adapar), considerado fundamental para as pretensões do Paraná.
“Já entramos com o pedido de análise junto ao Ministério. Isso é muito importante para a atividade bovina mas também para as proteínas de uma forma geral", destaca Ortigara.
Apesar do planejamento da Seab, o fim da vacinação não é um consenso no estado. As entidades ligadas à sanidade animal são contundentes em afirmar que não são contra a medida, mas avaliam que a discussão precisa se alongar. E, talvez, o momento não seja o adequado. A divergência chegou a forçar a marcação de uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) para discutir o tema, com a presença de entidades como Mapa, Abiec, Adapar, Sindan, CNA, Coresa, Seab, CRMV e Fundepec.