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O equilíbrio dos preços do milho da próxima safra calçado nas exportações. O Brasil tem a meta de exportar mais de 1 milhão de toneladas de milho em janeiro para aliviar estoques, conforme a Companhia Nacional do Abastecimento (Conab). Esse embarque é 50% maior que o volume confirmado para dezembro. A aceleração das vendas externas se tornou decisiva para que os estoques caiam para perto de 10 milhões de toneladas e exerçam menos pressão sobre os preços às vésperas da colheita de verão e do plantio da safrinha.A redução da produção no último ano – de 58 para 51 milhões de toneladas (somando safra e safrinha) – não foi suficiente para evitar sobras no mercado brasileiro. Os estoques caíram de 12 para 11,2 milhões de toneladas, mas ainda são considerados altos. As exportações de janeiro foram engatilhadas com incentivo do governo de R$ 90 por tonelada.

O quadro que se desenha para 2010 repete esse drama. "Se os estoques não forem reduzidos e a produção se mantiver, a única saída pode ser o governo apoiar, de novo, a exportação", avalia o mestre em Economia Rural Eugênio Stefanelo, técnico da Conab. "A taxa de câmbio está matando a renda do milho", acrescenta.

As exportações fecham 2009 com 10% de crescimento sobre 2008, atingindo 7,2 milhões de toneladas. No entanto, o volume é 12% menor que previsto. O país se mantém entre os maiores exportadores do mundo, mas a pressão da demanda e o real valorizado limitam a renda dos produtores a R$ 15 por saca de 60 quilos no Paraná.

Metade do milho exportado vem da supersafra de Mato Grosso, que tirou a liderança do Paraná graças à ajuda que vem recebendo do governo federal. Apesar de Mato Grosso estar ampliando a industrialização de milho, em anos de produção acima da 8 milhões de toneladas, como 2009, sobram pelo menos 6 milhões para remeter a outras regiões. Sem socorro, os preços caem a ponto de tornar o cultivo inviável.

Neste ano, com problemas no Porto do Paranaguá para carregamento de grãos em navios maiores até novembro, o Paraná perdeu também participação nos embarques. O milho matogrossense foi remetido ao exterior principalmente por Santos (SP), que teve serviço dobrado – com crescimento de 105% em volume e 44% no valor exportado.

O porto paranaense informa que remeteu, no mesmo período, volume 5% maior que em 2008, mas valor 24% menor. Santos agora é líder na exportação de milho, com 3 milhões de toneladas embarcadas entre janeiro e novembro, ante 1,7 milhão de Paranaguá.

Os exportadores tiveram que diversificar sua rede de contatos para manter as exportações, conforme o Ministério do Desenvol­vimento, Indústria e Comércio Exterior. Ampliaram vendas para Argentina, Chile e Colômbia e também para Arábia Saudita, Argélia, Coreia do Sul, e Taiwan. Em ano de retração no consumo, tradicionais compradores como Alemanha simplesmente suspenderam suas compras.

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