Em 2015, mesmo com o enfraquecimento da economia brasileira, a avicultura conseguiu se manter competitivo. A migração de consumo para proteínas mais acessíveis deu fôlego no mercado interno. Ao mesmo tempo, a forte desvalorização do real perante o dólar privilegiou as exportações, que ganharam mais importância. Esse foi o contexto para a realização da terceira edição do projeto, cujo os resultados são sintetizados em um completo relatório técnico.
A Expedição realizada no ano passado ampliou o enfoque das discussões e, consequentemente, o roteiro. A equipe percorreu 5 mil quilômetros e realizou visitas a incubatórios, matrizeiros, avicultores, indústrias, entidades representativas, centros de treinamento, terminais logísticos e portos. Pela primeira vez, o projeto passou a contemplar os três estados da região Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Juntos, os três são responsáveis por 63% da produção avícola brasileira e controlam 75% das exportações, sendo favorecido pela proximidade dos polos produtores de grãos e também dos principais portos exportadores de proteína. Em 2015, apesar da instabilidade econômica, a região Sul conseguiu manter os índices de abate e cresceu em exportação, enviando 9,31% mais carne de frango para outros países, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Para a Expedição Avicultura, o aprendizado tem raízes na crise de 2012. Naquele ano, a disparada dos preços internacionais da soja e do milho usados na fabricação de ração para as aves afetou fortemente o setor produtivo. Em 2015, segundo apuração da equipe de técnicos e jornalistas, os custos com energia – seja elétrica na indústria, a diesel para o transporte ou ainda a lenha para os aviários – e a variação cambial construíram cenário semelhante ao de três anos atrás.
O que difere 2015 de 2012, de acordo com o diagnóstico da Expedição Avicultura, é a capacidade de regular a proporção da oferta entre o mercado interno e o externo ou a habilidade de se adaptar à movimentação do mercado.
Após percorrer os três estados, o projeto conseguiu traçar o perfil produtivo de cada região. Responsáveis por 32% dos abates de aves do país, os avicultores paranaenses são, em sua maioria, grandes empresários rurais. O Paraná se destaca ainda pelo alto índice tecnológico, com ampla utilização de aviários em sistema dark house e controle total de ambiência para as aves.
Em Santa Catarina, segundo colocado em volume de produção (17%), e no Rio Grande do Sul, que detém 14% da participação nacional, a realidade é outra. De acordo com a equipe da Expedição Avicultura, as áreas são menores, muitas delas têm menos de 10 hectares, e a maior parte tem a avicultura como principal fonte de renda.
Para saber mais detalhes dos resultados da Expedição Avicultura 2015 acesse o relatório abaixo:
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