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Café

Variação cambial trava mercado brasileiro de café

Grandes oscilações da moeda brasileira e dos preços dos contratos futuros do café derrubaram o interesse dos produtores locais em vender esta semana, com todos olhos voltados para a florada da nova safra.

Os estados do Sudeste, afetados pela seca, onde uma parte relevante da safra global de café e de cana-de-açúcar é colhida, viram chuvas de primavera mais fortes que o normal esta semana, com mais precipitações a caminho, segundo meteorologistas.

Os preços do café em reais caíram ao longo da semana após a moeda enfraquecer fortemente frente o dólar.

Os preços internos saltaram para R$ 450 a R$ 470 por saca (60 kg) na segunda-feira (24), mas retrocederam para R$ 420 a R$ 440 na quinta-feira para os arábicas bebida dura, de acordo com a corretora Carvalhães.

Os descontos para exportação no porto de Santos ficaram em US$ 0,05 por libra-peso nesta quinta, ante o contrato setembro do arábica na bolsa ICE. Na véspera, houve oferta de prêmio de US$ 0,02 centavos, segundo o Cepea.O Cepea disse que vendedores estavam hesitantes em fechar negócios com a moeda e os preços das commodities oscilando violentamente durante a semana.

"Todos os olhos estão na florada agora, com a atual safra encerrando a colheita", disse John Wolthers, corretor baseado em Santos, da exportadora Comexim.

O tempo úmido suspendeu as semanas finais da colheita de 2015/16 nos estados de São Paulo e do Paraná. A chuva ainda deverá chegar a Minas Gerais, principal produtor de café, com exceção de áreas isoladas.

O meteorologista Marco Antônio dos Santos, da Somar Meteorologia, indica que mais de 20 milímetros deverão cair em muitas áreas do cinturão de café, com uma nova frente fria que está chegando do Sul do Brasil nesta quinta traria mais chuva ao cinturão do café.

"Para quem pensa que as chuvas já retornaram, pois o clima está sob influência do El Niño, muita calma nessa hora! O mês de setembro, que começa daqui a alguns dias ainda será com chuvas muito irregulares", disse ele, acrescentando que apenas em outubro as chuvas virão com maior frequência.

Os pés de café precisam de chuvas regulares todas as semanas para florescer e criar os botões que formarão as frutas de café. A florada já começou nos principais estados produtores de café robusta, Espírito Santo e Rondônia.

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