Enquanto os produtores do Centro-Oeste do Brasil iniciam a retirada de grãos das lavouras de verão e os do Sul aquecem os motores das máquinas, na nova fronteira agrícola do país – formada por Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia –, ainda há plantadeiras em campo. A região, conhecida por MaToPiBa, iniciou o plantio mais tarde este ano, por conta do atraso das chuvas, e deve concluir totalmente os trabalhos de semeadura nesta semana.
Produtores dos quatro estados consultados pela reportagem relataram ter passado por um susto em dezembro, mas agora se mostram otimistas com o desenvolvimento das plantações. Somente a Bahia sinaliza problemas com a safra. De acordo com a Associação dos Produtores e Irrigantes do estado (Aiba), a falta de água no último mês de 2012 deve comprometer os rendimentos de soja e milho em parte do Oeste baiano. Os 3,12 mil quilos de soja por hectare esperados como média para a região não devem ser atingidos, segundo Ernani Sabai, assessor de Agronegócios da entidade. “A estiagem pegou a soja precoce, que estava começando a florescer em dezembro”, explica ele. Dos 270 mil hectares afetados pela seca – cerca de 20% de todo o terreno ocupado pela soja --, metade deve contabilizar prejuízos, estima Sabai. Como maior parte das lavouras ainda está em estado vegetativo, a entidade ainda não consegue dimensionar o estrago sobre os rendimentos.
A boa notícia é que as águas prometidas para janeiro chegaram às terras prósperas do Centro-Norte, saciando a sede das plantas. “Aqui, voltou a chover no dia 2 de janeiro. E agora tem chovido normalmente, e em bons volumes”, relata Fernando Fritzen, produtor na Serra do Quilombo (Sul do Piauí). Passado o susto, o produtor espera retirar do campo 60 sacas de soja por hectare e 180 sacas de milho, rendimentos superiores aos da temporada anterior, que teve produtividade prejudicada por um veranico no final do ciclo das plantas. A expectativa de Fritzen é confirmada também nos estados vizinhos -- Maranhão e Tocantins.
Deixe sua opinião