Mais da metade da área cultivada com soja e milho no MaToPiBa está no Oeste da Bahia. Das fronteiras agrícolas do Centro-Norte, o território baiano é onde o agronegócio dispõe de maior infraestrutura. Na outra ponta, com pouco mais de 400 mil hectares, está o Tocantins, participação que se justifica pelo fato de ser o estado mais jovem da federação, com apenas 20 anos. Mas o título de caçula fica com o Maranhão, não pela idade, mas pela recente descoberta pelos agricultores. A área de soja e milho do estado se aproxima dos 800 mil hectares. O Piauí, com 600 mil hectares destinados às duas culturas, desponta como a região com maior potencial de expansão, dadas as características geográficas de localização, que conferem um diferencial logístico no escoamento da produção.
Quando o critério é armazenagem, a dianteira da Bahia é ainda maior, com uma capacidade estática de 3,4 milhões toneladas. Em seguida vem o Maranhão, com 1,9 milhão; depois o Tocantins, com 1,1 milhão; e Piauí, com 743 mil toneladas. Na relação com o volume de produção de milho e soja, um déficit superior a 1 milhão de toneladas. Apesar de a base ser pequena, foi no Piauí onde a estrutura de armazenagem mais cresceu na última década -- 342%.
Robson Mafioletti, analista da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), que no ano passado acompanhou a Expedição Safra pelo MaToPiBa, explica que a infraestrutura deveria, em tese, acompanhar o ritmo de avanço das lavouras, mas ele acredita que isso dificilmente irá ocorrer. Mafioletti destaca, ainda, outras variáveis, que devem ser consideradas na incorporação de áreas nessa região. "É perfeitamente possível, em dez anos, chegar aos 10 milhões de hectares, mas isso está diretamente condicionado ao comportamento do clima, ao avanço da pesquisa e ao desempenho do mercado, que por sua vez está sujeito à oferta e demanda mundial."
