Neste ciclo, o salva-vidas do produtor de café foi a Colômbia, segundo maior produtor mundial, que confirmou sua terceira quebra de produção. Quem aproveitou foram os brasileiros, que viram os preços do café disparar para a retomada da rentabilidade positiva. Além de vislumbrar cotações remuneradoras para os próximos meses, os cafeicultores receberam, no mês passado, uma notícia que esperavam por mais de dez anos: a inclusão do Brasil como origem de entrega de café na Bolsa de Nova York, referência internacional de preços do produto. A decisão altera o perfil do país, que agora pode ser visto no mercado internacional como um fornecedor de café de qualidade e não somente de quantidade.
O reconhecimento internacional deve resultar em aumento de valor agregado do produto e, com isso, maior rentabilidade ao produtor, afirma Gil Carlos Barabach, analista da Safras & Mercado."O produtor deve aproveitar os preços atuais para se capitalizar, quitar as dívidas e investir em produtividade, aumentando tecnologia. Assim estará preparado para um outro tipo mercado que surge a frente", recomenda. O Brasil poderá negociar sua primeira entrega física de café arábica em março de 2013.Segundo analistas, o valor do produto brasileiro, que hoje tem desconto de US$ 0,09 por libra-peso sobre a cotação de Nova York, pode melhorar com a exposição na bolsa norte-americana. O café colombiano, por outro lado, tem um ágio de US$ 0,02 por libra-peso, em função da qualidade do produto.
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