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China planeja recompor estoques

O Ministério do Comércio da China informou que o país vai aumentar em 2011 as importações de importantes commodities agrícolas em função da apertada oferta. O objetivo é reconstruir as reservas estatais.

O país produz 158 milhões de toneladas de milho nesta safra, conforme dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, o USDA. Em 2009/10, passou a importar cerca de 1 milhão de toneladas do cereal por ano. Na soja, a produção caiu da casa de 15,5 milhões para a de 14,5 milhões de toneladas há duas safras, enquanto a importação subiu de 41 milhões (2008/09) para 50 milhões (2009/10) e agora deve alcançar 57 milhões de toneladas. Com isso, consome boa parte da produção excedente dos Estados Unidos, do Brasil e da Argentina.

O ministro Chen Deming disse durante uma reunião com outros ministros que o governo chinês vai aumentar especialmente as reservas de açúcar e carne. A informação foi divulgada em um comunicado publicado na página do Ministério do Comércio na internet.

A China enfrenta um aperto da oferta dos principais produtos agrícolas, incluindo milho, algodão e açúcar, uma vez que amplos volumes dessas commodities foram liberados este ano e reduziram as reservas estatais do país. "Dado o aumento da pressão por parte dos preços aliado à contração da oferta de alguns produtos agrícolas, garantir a oferta terá um papel importante em acalmar as expectativas de inflação e conter atividades especulativas", acrescentou o ministério no comunicado.

Os futuros do milho, açúcar e do algodão negociados no mercado chinês operaram em níveis recordes nos últimos meses, com investidores especulando sobre escassez de oferta. Os principais fornecedores de milho e algodão da China são os Estados Unidos, enquanto o Brasil é o maior exportador de açúcar para o país asiático até este ano. Os chineses também aumentaram as importações da Índia.

Os altos preços do açúcar fazem com que, neste ano, seja melhor vender o produto do que soja ou milho para o mercado chinês. Princi­palmente no caso dos produtores brasileiros, que estão em desvantagem ante os norte-americanos devido à valorização do real frente ao dólar. Os preços dos grãos sobem na cotação em dólar mas seguem valendo pouco em real, na comparação com os custos.

As exportações brasileiras para a Ásia representam 31% dos embarques do país, conforme números do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Trata-se do principal mercado para as exportações do agronegócio. O segundo maior cliente, a União Europeia, com 26,4%, vem apresentando decréscimo neste ano.

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