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O Paraná começou 2010 com 15 das 30 unidades de processsamento de cana-de-açúcar em operação. Neste mês, o trabalho continua em 11 usinas. A moagem da safra 2009/10 deveria ter sido concluída no final do ano passado, mas foi estendida por causa do excesso de chuva. "Boa parte das usinas virou o ano tentando moer", relata o superintendente da Associação de Produtores de Bioenergia do Paraná (Alcopar), José Adriano da Silva Dias. A ênfase, diz, está no verbo tentado. "Porque com tanta chuva o índice de aproveitamento foi pequeno."

Ele explica que as usinas costumam funcionar durante nove dos 12 meses do ano (74% de aproveitamento). Em uma safra normal, a moagem da cana se estende por 270 dias: começa em março e vai até novembro. Neste ciclo, contudo, 30 dias foram perdidos e o índice de aproveiamento caiu para 66%. O excesso de chuva impediu a entrada do maquinário no campo e paralisou a colheita da cana no estado em diversas ocasiões no ano passado. Quando os trabalhos na lavoura param as atividades também tem que ser interrompidas, pois a cana colhida precisa ir direto para indústria para evitar perdas no rendimento industrial.

Dias conta que, para tirar o atraso, alguma usinas cogitam a possibilidade de emendar a moagem da safra 2009/10 com a da safra 2010/11, que começa em março na região Centro-Sul do Brasil. "É uma forma de deixar menos cana em pé. Mas há alguns incovenientes", pondera. A primeira desvantagem seria a queda do rendimento do produto. A produtividade industrial, que em lavouras maduras alcança 85 litros de etanol por toneladas de cana moída, cai a 50 ou 60 litros. "Além disso, se cortar a cana agora a usina só poderá realizar uma nova colheita na mesma área depois de um ano ou um ano e meio", observa.

Segundo o superintendente da Alcopar, a sobreposição de safras pode acabar saindo caro para a usina. Ele explica que quando a empresa vira o ano moendo, não para para fazer a manutenção industrial preventiva e corretiva, que geralmente ocorre na entressafra da cultura, entre dezembro e fevereiro. Com isso, aumenta a possibilidade de imprevistos durante a safra. "Se quebra alguma peça no período de moagem, tem que parar todo o processo de produção para arrumar."

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