Pitangueiras Sucesso no campo, o café também é um bom negócio para as cidades. A maioria dos 212 municípios paranaenses que se dedicam à cultura apresenta indicadores sociais e econômicos melhores que os das demais regiões do estado. Principalmente sob o critério de fixação da população no campo.
Em Carlópolis, o município com maior área dedicada ao café 6,2 mil hectares, cultivados por 800 produtores , 37% dos 13,9 mil habitantes vivem na zona rural. Em Pitangueiras, município de 2,5 mil habitantes, que implantou um bem sucedido programa de consórcio do café com outras culturas e criações, essa proporção é de 31%. A média paranaense é de apenas 18,6% da população vivendo no campo.
Com uma ampla fatia dos moradores na zona rural, Pitangueiras vê seu Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBPA), a soma da riqueza produzida na zona rural do município, crescer ano a ano. Na última década, esse indicador aumentou quase dez vezes, para R$ 40,9 milhões na safra 2003-2004.
"Isso é resultado de um plano de desenvolvimento agrícola, iniciado em 1983, quando Pitangueiras se desmembrou de Rolândia, que promoveu a diversificação de culturas", explica Cristovon Videira Ripol, agrônomo da Emater no município. Graças a esse plano, o município produz, além de café, soja, trigo, milho, cana, frango, bicho-da-seda, bovinos, frutas (laranja, uva e banana) e até palmito.
Desde a emancipação, a arrecadação do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de Pitangueiras cresceu oito vezes, de R$ 124 mil para R$ 900 mil anuais. Hoje, esse imposto representa 50% da arrecadação. Situação muito diferente da maioria dos pequenos municípios, que dependem basicamente dos repasses federais, o que engessa sua capacidade de investimento.