Clima, câmbio e seguro rural. Da série de fatores que podem aliviar a crise na agricultura, esses são os que mais preocupam o setor. A constatação é do projeto Rumos da Safra, que inicia hoje sua terceira etapa de viagens às principais regiões do Paraná.
A equipe de técnicos e jornalistas que faz o acompanhamento da safra 2006/07 já ouviu produtores nas regiões Norte, Norte Pioneiro, Noroeste e Centro-Oeste. Nesta semana, o grupo estará no Oeste, Sudoeste e região Central do estado.
O Rumos da Safra resultará numa série de reportagens, que o caderno Caminhos do Campo publicará em outubro. Desenvolvido pela Rede Paranaense de Comunicação (RPC), por iniciativa da Gazeta do Povo, o projeto tem apoio técnico da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) e da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar).
Uma das três principais fontes de preocupação manifestadas pelos agricultores foi atenuada na última semana. O governo federal anunciou a liberação de recursos para o seguro agrícola da próxima safra. A contratação é obrigatória para quem vai financiar o plantio de milho e soja.
Nas duas últimas safras, a seca provocou a perda de 22 milhões de toneladas de grãos no Brasil 50% no Paraná. Agora, a meteorologia prevê que as chuvas, mais regulares, ficarão abaixo do ideal.
A grande expectativa fica por conta do câmbio. O produtor torce pela valorização do dólar e por um cenário de estímulo às exportações de commodities como soja e milho. Com o dólar baixo, explica o analista de mercado da Organização das Cooperativas (Ocepar), Robson Mafioletti a soja está cotada no mercado externo na faixa de US$ 12 a saca de 60 quilos , o produtor brasileiro não recebe mais de R$ 25 por saca.
Pedro Loyola, economista da Faep, destaca a redução no preço dos insumos (entre 20% e 25% para a soja) como fator positivo. Ele diz, porém, que isso não é suficiente para compensar as perdas causadas pela crise cambial.
