O consórcio usado pelas cooperativas para comprar e produzir insumos começou em 2006 com 14 integrantes. Atualmente, reúne 21 cooperativas. A que tem maior participação no CCAB é a Cooperativa Agroindustrial do Centro-Oeste do Brasil, a Coabra, com 27% por isso escolhida para disputar o prêmio da OCB como cabeça do projeto.
De acordo com Guilherme Sardenberg, administrador da Coabra, a cooperativa possui atualmente 360 cooperados em quatro estados: Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná. "A Coabra sofreu mudanças. Atualmente, a comercialização dos produtos é focada na importação de fertilizantes que são repassados ao produtor", aponta. "O que torna viável a venda para os cooperados é a margem de 0,8% para cobrir custos da cooperativa, um porcentual considerado bem pequeno", relata.
Os cerca de 20 produtos comercializados por meio da derivação NPK (Nitrogênio, Potássio e Cálcio), importados da China e da Índia, resultam em insumos mais baratos para o produtor, que deve efetuar sua compra com antecedência.
O conselheiro fiscal do CCAB Dorival Guarengui e Sardenberg explicam que os fertilizantes importados ficam parados no Porto de Paranaguá, no Paraná. Na verdade, são depositados em armazéns de terceiros e são retirados por tonelada no momento em que os produtores fazem suas solicitações. "Realizamos a importação, mas a formulação é da Coabra", diz Sardenberg. Não foi necessária a criação de uma estrutura só para misturar os ingredientes.
"Queríamos mais benefícios e melhores condições na compra de insumo agrícola e também de crédito", afirma o cooperado, produtor rural e presidente da Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja), Almir Dalpasquale, que planta cerca de 4 mil hectares de grãos (90% com soja). Ele é um dos fundadores da Coabra e diz que o poder de compra da cooperativa é que interfere nesse sentido.