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Produtividade menor acende alerta de escassez na  entressafra. | Brunno Covello/Gazeta do Povo
Produtividade menor acende alerta de escassez na entressafra.| Foto: Brunno Covello/Gazeta do Povo

A colheita do milho safrinha no Paraná será 12% menor em relação à estimativa inicial do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Paraná (Seab-PR). Em balanço atualizado na última semana, o órgão prevê que vão sair das lavouras paranaenses até o fim da colheita, em setembro, entre 11,3 e 11,4 milhões de toneladas. A previsão inicial era que o estado produzisse 12,9 milhões de toneladas do grão nesse ciclo.

Para o técnico do Deral Edmar Gervásio, a estiagem de abril, que atingiu especialmente o Norte – e a geada de junho, que atingiu com mais força o Oeste e o Sudoeste, foram os fatores determinantes para a redução. E este segundo problema pode ainda reservar uma surpresa. “A geada é um fenômeno que não permite uma análise visível instantânea na lavoura. Vai ser possível de fato medir a perda nas lavouras de milho [safrinha] apenas na colheita, com a análise do rendimento das áreas afetadas”, pontua.

1,5 milhão

de toneladas de milho safrinha será o que as lavouras do Paraná deixarão de produzir após estragos causados pela estiagem de abril e a geada de junho, segundo o Deral.

A boa notícia, segundo Gervásio, é que a partir de agora cada dia sem geada representa uma queda significativa no risco de quebras causadas pelo fenômeno. “A geada tem um período crítico sobre a cultura, que vai de maio até junho”, explica. “Mas o milho [nas áreas mais propensas à geada, na faixa oeste], já está próximo ao final do seu ciclo. Uma geada neste caso acelera o ciclo, faz a planta ficar seca e facilita a colheita”, exemplifica.

O analista de mercado Camilo Motter avalia que o início da colheita do safrinha aliviou os preços recordes de até R$ 43 a saca no balcão. Ontem, o preço médio fechou em cerca de R$ 35 em Cascavel. A redução na estimativa da safra agora, segundo ele, não reflete imediatamente nessa tendência inicial de queda na cotação. Mas, com estoques apertados, é provável que haja escassez até o fim do ano. “A safra de verão [2016/17] entra no mercado somente em fevereiro, temos sete meses até lá”, lembra.

Feijão

O feijão também sofreu com o clima. A projeção inicial do Deral era que o Paraná colhesse 750 mil toneladas. A redução foi de 19% e o volume final obtido foi de cerca de 607 mil toneladas. A oferta reduzida, principalmente de feijão carioca, fez os preços saltarem até 250%.

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