Ao mesmo tempo em que a soja e milho de verão avançam no plantio, o trigo entra na reta final de colheita no Paraná. Dos 761 mil hectares do cereal plantados no estado nesta safra, perto de 600 mil tiveram sua produção deslocada para os armazéns. Os números partem das projeções da Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab). O clima estável contribuiu para um bom desenvolvimento da cultura, o que deve resultar em produtos de qualidade, com alta classificação.
O volume de negociações do trigo, no entanto, ainda é reduzido. Dados da Seab indicam que até agora apenas um quarto da produção foi comercializado, praticamente o mesmo porcentual registrado nesta época do ano passado, quando a saca de 60 quilos do cereal valia cerca de R$ 25. Hoje o preço do produto está sustentado acima de R$ 34. A expectativa do setor produtivo é de que o comércio aqueça daqui pra frente, já que a qualidade do produto colhido no Paraná é superior ao de seu principal concorrente, o Rio Grande do Sul, que teve problemas com o teor de PH do cereal por causa do clima.
Colheita
Boa parte do trigo que ainda permanece no campo está concentrada nas regiões Sul e nos Campos Gerais, onde o plantio é mais tardio, explica Hugo Godinho, técnico da Seab. O tempo ficou dois meses seco durante a fase final do trigo em municípios como Ponta Grossa. "A colheita está adiantada, quando a previsão era que atrasasse", avalia.
Nos Campos Gerais, conforme o técnico José Roberto Tosato, a colheita deve ser intensa até meados de novembro. "As máquinas devem se concentrar no campo até o dia 15 de novembro", pontua. Ventos fortes e granizo não afetaram a qualidade da colheita, relata. As chuvas do período de formação dos grãos teriam sido suficientes.
Em Palmeira, os 60 hectares de trigo de Fabiola de Oliveira Kapp contrariam a previsão de colheita tardia. A colheita começou há uma semana. "O granizo foi com pedras pequenas, então não chegou a estragar. Depois ocorreu geada, mas o grão já estava desenvolvido", conta.
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