A seca está interrompendo o arranquio da mandioca nas lavouras do Paraná pela dificuldade que os produtores enfrentam para retirar as raízes inteiras do solo compactado. O atraso na colheita afeta a indústria. Sem matéria-prima em volume suficiente, cresce a ociosidade nas fábricas de fécula e farinha.
Esses efeitos, confirmados pelo Departamento de Economia Rural do Paraná, o Deral, ainda não tiveram seu impacto medido. Neste momento, a expectativa de alta nos preços soa como alívio para o setor primário. A farinha do estado vem sendo disputada justamente pelos efeitos da seca na produção do Nordeste do país, mas os preços ainda não recuperaram queda de 8% registrada desde janeiro.
Sem chuva, fica prejudicado também o plantio da próxima safra no estado. O Paraná tradicionalmente planta um terço das lavouras em agosto. Muitos produtores adiam a tarefa para não ter retrabalho e custos extras. No ano passado, a área plantada foi reduzida de 184,3 mil para 178,0 mil hectares (-3,4%) no estado. Como as lavouras receberam boas chuvas até junho, o Deral mantém previsão de que a safra somará 4 milhões de toneladas (-3,6%).