Com o abastecimento mundial comprometido, estoques baixos e demanda em ascensão, o mercado internacional do café deve continuar aquecido no médio prazo e gerar boas oportunidades aos produtores brasileiros. Para o analista da Safras & Mercado Gil Carlos Barabach, a tendência é que os preços do produto continuem firmes durante o primeiro semestre do ano, quando termina a entressafra da Colômbia, segundo maior produtor mundial de café.
"Se o clima ajudar, os colombianos devem retomar a produção no ano que vem e as cotações podem ter uma acomodação assim que a safra começar a entrar no mercado", prevê. Se houver mais uma catástrofe climática, porém, a Colômbia pode ter a quarta quebra de safra consecutiva. Nesse caso, a tendência é que a alta perdure, estima o analista da Safras. O país tem potencial produtivo de 12 milhões de sacas, mas este é o terceiro ciclo em que a colheita mal chega a marca de 9 milhões.
Atualmente, no auge do consumo internacional, os preços do café estão "muito esticados e vulneráveis", avalia Barabach. Enquanto o Brasil entra na estação mais quente do ano, Estados Unidos, Europa e Japão chegam à época mais propícia ao consumo de café: o inverno.
O contrato de maior liquidez do café (maio/11) registrou ontem alta de ,075 ponto na Bolsa de NovaYork e fechou cotado a US$ 233. O mercado brasileiro seguiu as valorizações externas com negociações em torno de R$ 287 por saca nesta segunda-feira, aponta a BM&FBovespa.