O desenvolvimento da produção agropecuária aumentou o peso do setor na geração de riquezas , ajudou a colocar o Paraná na posição de quarta economia do país e deve contribuir para que o estado responda mais rapidamente à crise nacional. O diagnóstico parte de analistas que avaliaram a economia a partir do cenário do agronegócio.
“A agropecuária [que tem ampliado produção e renda bruta] é só uma parte do agronegócio. É preciso considerar que o estado tem avançado no processo de industrialização de bens primários, com ganhos para o PIB paranaense”, aponta o presidente do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), Julio Suzuki Júnior. A fartura de matéria-prima, por outro lado, é vista como condição essencial para a agregação de valor.
De acordo com dados de 2015 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), atualizados mês a mês, o Valor Bruto de Produção (VBP) agropecuária, índice que mede a renda bruta do campo, avançou 18% nos últimos cinco anos, o que mantém o Paraná em terceiro lugar nesse ranking nacional, atrás de Mato Grosso e São Paulo.
Em paralelo, o Valor de Transformação Industrial (VTI) das indústrias ligadas à agropecuária, que indica o processo de industrialização de bens primários, avançou 35% de 2010 a 2013, segundo o dado mais recente, conforme relatório do Ipardes baseado na Pesquisa Industrial Anual do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Isso aumenta o peso do setor na geração de riquezas do estado, e há uma tendência de que ele continue se expandindo dada a evolução dos últimos anos”, ressalta Suzuki.
Ao lado, principalmente, do setor de geração de energia elétrica, o avanço do agronegócio contribuiu para que o Paraná se tornasse a quarta maior economia do país em 2013, ultrapassando o Rio Grande do Sul. “Foi um ano favorável para toda a Região Sul, e, no caso do Paraná, os reflexos dos segmentos ligados à agropecuária contribuíram nesse movimento”, afirma o gerente de contas regionais do IBGE, Frederico Cunha.
Fatia maior
Segundo os dados revisados, a participação da agropecuária na geração de riquezas do estado avançou de 9,2%, em 2010, para 10,4% em 2013. Mas, de acordo com o Ipardes, o resultado de 2013 sobe para 35% quando considerada toda a cadeia do agronegócio. Isso porque há uma multiplicação de efeitos sobre os setores secundário e terciário, isto é, indústria, comércio e serviços.
Na pauta de exportações, 77% dos produtos vendidos pelo Paraná para outros países têm origem no agronegócio, conforme a Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab).
Para o presidente do Ipardes, a tendência é de que o estado se consolide como a quarta economia do Brasil no longo prazo, mesmo em meio às incertezas econômicas, e consiga uma condição de resposta mais rápida que o restante do país: “Sairemos primeiro da crise. E o agronegócio é fundamental para isso”, afirma.