Oleaginosa vale 25% menos que um ano atrás no mercado global, mostra fechamento da Bolsa de Chicago desta sexta-feira.| Foto: Foto: Jonathan Campos/gazeta Do Povo

Os agricultores brasileiros provavelmente vão expandir a área plantada com soja pelo nono ano consecutivo, segundo analistas e representantes de produtores, mesmo com os preços da principal safra do país tendo recuado um quarto ante os valores de um ano atrás.

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No início deste ano, alguns analistas disseram que a combinação de baixos preços da soja e aumento dos custos de sementes e fertilizantes poderia levar os agricultores a não avançarem em novas áreas em 2015/16, pela primeira vez em quase uma década.

A maioria agora mudou suas opiniões. "Não consigo ver neste momento um recuo na área", disse o analista de soja da Safras & Mercado, Luiz Fernando Gutierrez. Ele destacou que os preços do milho e algodão estão ainda mais baixos do que a soja.

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Gutierrez estima um pequeno aumento de 2 por cento na área da próxima safra de soja, com plantio iniciado em setembro, o que seria o menor aumento anual desde 2006. Naquele ano, foi a última vez que a área de soja diminuiu no Brasil, um dos poucos países com terra disponível para expandir a atividade agrícola de forma significativa.

A perspectiva de que mais soja do Brasil chegue ao mercado a partir do início do próximo ano, depois de safras recordes na América do Sul e nos Estados Unidos, pode aumentar a pressão sobre os preços. O Brasil é segundo produtor de soja do mundo depois dos EUA.

O contrato julho da soja na bolsa de Chicago fechou em torno de 9,34 dólares por bushel nesta sexta-feira, uma queda de 25% ante o ano anterior.

O presidente da Aprosoja, associação que reúne agricultores de Mato Grosso, Ricardo Tomczyk, disse que os preços mais baixos da soja podem significar que investimentos em novas plantações não darão retorno e que campos antigos podem até ser abandonados no Estado. "Vai ser um ano de consolidação mesmo, com certeza", afirmou.

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