Para aumentar ainda mais a eficiência da agricultura brasileira, é preciso desenvolver novas tecnologias agrícolas em parceria com os proprietários rurais e incentivar pequenos produtores a utilizarem esses recursos. Essa foi a conclusão de especialistas que debateram o tema na mesa de encerramento do fórum “Agronegócio Sustentável”, realizado nesta quinta (14) e sexta-feira (15), na Associação Paulista de Supermercados, em São Paulo.
Para o chefe-adjunto do setor de Transferência de Tecnologia da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), Alexandre Alonso Alves, é essencial gerar mecanismos de codesenvolvimento de tecnologias em parceria com produtores, consumidores e a indústria.
“A parceria ajuda a identificar incertezas e problemas concretos, de forma a desenvolver soluções tecnológicas realmente úteis para a produção.”
Ainda segundo Alves, a agricultura brasileira tem o desafio de crescer e mostrar uma produção multifacetada e dinâmica, exportando para populações que vêm aumentando, como as de países da África e Ásia. Para isso, seria necessário investir e levar novas tecnologias aos pequenos produtores, que existem em número expressivo no país.
“O produtor rural precisa poder implantar a tecnologia que será usada na terra dele”, afirmou o diretor operacional da startup AgriHub, Heygler de Paula. “Se ela for muito cara, estarei diminuindo a renda da família dele para investir em tecnologia que ainda não está madura.”
A AgriHub promove competições entre outras startups e grupos no WhatsApp para discutir soluções para o agronegócio. Um dos principais objetivos é conectar produtores agropecuários do Mato Grosso a empresas e investidores.
De acordo com De Paula, é essencial que instituições que criam novas tecnologias para a agricultura busquem informações precisas com os próprios produtores, tanto para aumentar a eficiência no campo quanto para fazer com que sua implantação seja mais aceita pelos próprios produtores.
Segundo o vice-presidente de Agronegócios do Banco do Brasil, Tarcísio Hübner, o desafio hoje é criar meios tecnológicos que auxiliem o produtor. Ele deu como exemplo um aplicativo capaz de reunir informações relevantes sobre custeio de mecanismos produtivos, de forma a ajudar na tomada de decisões.
“O Banco do Brasil colocou uma equipe no Vale do Silício para saber qual a melhor forma de prestar ajuda ao produtor rural”, afirmou. “Porque o produtor grande tem acesso à tecnologia, mas muitas vezes o médio ou pequeno produtor não têm.”
Já Gerhard Bohne, diretor interino de operações da divisão Crop Science da Bayer, afirmou que uma das principais formas de explorar a eficiência da produção é desenvolver tecnologias adaptadas à rentabilidade dos produtores, levando em conta o clima e a região onde serão utilizadas.
“Estamos falando de pragas, doenças, ervas daninhas. Não existem muitos outros países além do Brasil capazes de desenvolver essas tecnologias para condições tropicais. O que a gente começar a desenvolver hoje só entrará no mercado daqui a dez anos, então é preciso prever os acontecimentos. Vamos entrar na era da agricultura digital, em que será explorada a eficiência da produção.”
O evento tem patrocínio da Apex Brasil, Banco do Brasil, governo de Goiás, governo de Mato Grosso e Bayer, e é apoiado pela Siemens e pelo governo de Mato Grosso do Sul.
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