Os planos dos Estados Unidos de ampliar as exportações e até o dobrar os embarques em alguns segmentos, como o do agronegócio, coloca à prova a competitividade de outros países produtores e exportadores de grãos e de carnes. A proposta é ousada e grandiosa, como são grandes os números do agronegócio norte-americano e o potencial de mercado que se abre com as projeções de aumento da demanda mundial por comida e energia, no caso, a bioenergia.
Mesmo os EUA sabem que não será uma tarefa fácil, que a meta é ambiciosa e que enfrentará resistência no embate do comércio internacional, competitivo e protecionista. De qualquer maneira, é um objetivo e como tal não pode ser subestimado. Ao contrário, deve ser estudado e avaliado com todo cuidado. É difícil? Claro que sim. Mas não é impossível. As variáveis são inúmeras que quase chegam a desqualificar a pretensão, projeção ou intenção.
Contudo, basta olhar a linha de produção e consumo do passado recente, dos últimos 10 a 15 anos, período em que o agronegócio experimentou um dinamismo incrível, para acreditar que tudo é possível. Não apenas para os Estados Unidos, mas também para o Brasil. Importante pontuar, porém, que a participação no mercado não dependerá única e exclusivamente de volume, da disponibilidade de oferta, mas de qualidade, sanidade e sustentabilidade, do campo à mesa do consumidor.
Para o Brasil, uma prova de fogo que coloca em xeque a eficiência da produção agrícola e pecuária e a habilidade de seus negociadores nas relações internacionais. Mais do que nunca, o desempenho será avaliado da porteira para dentro e principalmente no momento em que a produção deixa a fazenda e segue para transformação ou então à exportação.
Para constar, projeções do Ministério da Agricultura (Mapa) consideram que em 10 anos os embarques brasileiros têm potencial para crescer quase 40% na soja, 80% no milho, acima de 50% no açúcar e mais de 100% no etanol.
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