A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) atualizou nesta terça-feira (12) sua estimativa para a colheita de grãos na safra 2017/2018, mantendo a previsão de que, em comparação à última safra, a produção será menor, enquanto a área plantada será maior.
No início de novembro, os técnicos da companhia responsável por monitorar a trajetória da produção agrícola brasileira já tinham anunciado a expectativa de que a produção de grãos ficasse entre 223,3 milhões e 227,5 milhões de toneladas. Agora, os técnicos cravam em uma safra prevista de 226,5 milhões de toneladas, ou seja, 4,7% inferior aos 237,7 milhões de toneladas de grãos colhidos na safra 2016/2017. Aquela havia sido a maior marca já alcançada no país e já na época, os técnicos da Conab afirmavam que dificilmente se repetiria, já que fora alcançada graças a uma confluência de fatores, como excelentes condições climáticas.
Já a área total plantada pode chegar a 61,5 milhões de hectares, um aumento de 0,9% em comparação à última safra. A alta é puxada pelo incremento da produção de feijão preto, de algodão e, principalmente, de soja, cuja maior liquidez e rentabilidade motivou os agricultores a plantar cerca de 1 milhão de hectares a mais que na safra de 2016/2017. Por outro lado, a área destinada ao plantio do milho primeira safra deve diminuir 9,6%.
Segundo o presidente da companhia, Francisco Marcelo Bezerra, a produção deverá ser afetada principalmente pela diminuição da produção de arroz, feijão, milho e soja, embora os dois últimos continuem os preferidos dos produtores, respondendo por cerca de 89% dos grãos colhidos no país. Além disso, Bezerra lembrou que as condições meteorológicas adversas causaram perdas significativas às culturas de inverno.
A soja deve alcançar 109,2 milhões de toneladas contra 114,1 milhões do último período. Já a expectativa para o milho total é de 92,2 milhões, contra 97,8 milhões de toneladas distribuídos entre primeira e segunda safras no período 2016/2017. A primeira safra pode alcançar números menores no ciclo atual e ficar em 25 milhões de toneladas, enquanto que a segunda safra pode alcançar 67,2 milhões, quase igualando o registro da produção passada, de 67,4 milhões de toneladas.
Ao anunciar os resultados do terceiro levantamento, Bezerra destacou a perspectiva de que a colheita do algodão em pluma alcance 1,7 milhão de toneladas, o que representaria um aumento de 10,2% na produção e de 11% na área plantada.
Redução “perfeitamente explicável”
Presente ao anúncio do terceiro levantamento da safra, o secretário-substituto de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Sávio Pereira, destacou que a previsão de redução da produção é “perfeitamente explicável”.
“Temos ainda uma safra imensa para o ano que vem e se o clima continuar perfeito podemos, eventualmente, atingir um novo recorde de produção”, avaliou Pereira. Sobre o crescimento da área plantada, ele afirmou que “são oito anos de crescimento contínuo. Nas últimas nove safras, o país registrou um aumento médio anual de 1,8 milhões de hectares”.
O secretário também comemorou os resultados das exportações agrícolas. “Até novembro, já tínhamos exportado 80 milhões de toneladas do complexo de soja [soja, farelo e óleo da oleaginosa], o que representa um crescimento de 30% no escoamento da soja, resultando em uma receita de cerca de R$ 30 bilhões.”
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