Se você acha que são somente as pragas e doenças das lavouras que preocupam os produtores rurais, está na hora de rever seus conceitos. Os agropecuaristas precisam estar atentos todos os dias para um verdadeiro jogo de sobrevivência. E não é exagero. Quanto mais isolada a área, mais atenção é preciso ter, pois aumenta a chance de ocorrer acidentes com animais venenosos ou de grande porte. Com base em anos de experiência em incursões pelos sertões do país, separamos aqui os bichos que mais aterrorizam os trabalhadores rurais.
Escorpiões
Os acidentes mais comuns com escorpiões ocorrem quando os trabalhadores vão mexer com madeira ou revirar entulhos nas fazendas. De modo geral, em adultos, a picada costuma causar dor no local, vômitos e taquicardia. Mas quando o caso envolve crianças, a situação precisa de maior atenção. O que importa, no caso de uma picada, é lavar o local e procurar ajuda médica imediatamente. Segundo o Ministério da Saúde, o Nordeste é onde são registrados mais casos de pessoas picadas (33.300, em 2015), seguido pelo Sudeste, com 32.717. No Brasil, no mesmo ano, foram 74.598.
Javalis
Não há um controle de número de casos de acidentes com javalis. Mas não quer dizer que são menos graves: os animais são violentos, especialmente quando estão em grupo. Em agosto de 2010, um lavrador de 40 anos foi morto por um javali em Ibiá, Minas Gerais, enquanto tentava matar o animal. Ele levou uma mordida na perna e sofreu uma hemorragia fatal. Por não serem uma espécie nativa do Brasil, os javalis têm a caçada permitida pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), desde que seja seguida uma série de normas. Mais informações: http://www.ibama.gov.br/
Jacarés
Eles são animais que precisam de um rio ou pântano para sobreviver, mas convenhamos que é bem comum que os produtores tirem um dia de folga para pescar nesses locais. Sem contar que muitas pastagens são cortadas por braços d´água onde os jacarés têm o seu habitat natural. O controle do número de acidentes com jacarés é inexistente no país. Mas não é difícil encontrar vídeos e notícias de casos que inclusive acabaram em morte. Não se engane pelo jeito meio “paradão” dos bichos: este, definitivamente, é um perigo que ameaça quem está na lida do campo.
Cobras venenosas
No meio das lavouras ou nas pastagens, não é incomum cruzar com uma cobra venenosa usando a sombra para fugir do calor. E ‘ai’ de quem interromper o descanso. É preciso reforçar que elas atacam apenas quando se sentem ameaçadas, mas, infelizmente, acidentes acontecem. E podem ser fatais. As jararacas são as mais comuns, mas também são encontradas com certa frequência as da espécie cascavel, cujo veneno é mais potente. O Brasil teve 24.467 casos de envenenamento por cobra em 2015, com 107 mortes. Sem dúvida, é um dos perigos mais citados pelos produtores rurais quando o assunto é risco no campo.
Cobras gigantes
Também não há um levantamento sobre acidentes de cobras gigantes, como sucuris e jiboias, já que esses casos são mais raros. No entanto, histórias que envolvem bezerros, ovelhas e outros animais domesticados das fazendas fazem parte do imaginário e assustam quem mora no campo. Não há registros confirmados de casos em que humanos foram mortos. Mas há situações em que bezerros são engolidos inteiros (e não é coisa de filme, não), o que alimenta diversas lendas sobre esse réptil. Na dúvida, se topar com uma dessas, é melhor ‘mudar de calçada’, só para garantir.
Onças
Não tem jeito, quando o assunto é o medo de ser atacado por animal, é ela quem domina. A onça, seja a pintada ou a parda, amedronta especialmente pelo porte – pode chegar a quase 100 quilos. São raros os ataques a seres humanos, mas há registros. Em junho de 2008, na cidade de Cáceres, no Mato Grosso, um jovem de 22 anos foi arrastado e morto por uma onça. Vale lembrar que esses felinos estão ameaçados de extinção no Brasil.
Alerta!
Em todos os casos, é preciso enfatizar que os animais selvagens não podem de maneira alguma serem mortos (com exceção de casos específicos nos quais a caça é regulamentada). É preciso tomar cuidado, procurar não andar sozinho em áreas de risco, como matas e beiras de rios, e sem equipamentos de proteção. A prevenção é sempre a melhor escolha para preservar a natureza e viver em harmonia com os animais, que são extremamente importantes para a manutenção da atividade agrícola e da vida na terra.
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