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Campo Grande - Com o poder de compra de 15 mil cooperados, o Consórcio Cooperativo Agropecuário Brasileiro (CCAB) conseguiu reduzir o custo dos insumos agrícolas no Centro-Oeste. Trata-se de uma organização criada por um grupo de cooperativas que atua na compra de matéria-prima e na formulação de adubos. O consórcio criou novas possibilidades de negócios e deu à Cooperativa Agroindustrial do Centro-Oeste do Brasil (Coabra) o prêmio Cooperativa do Ano na categoria Intercooperação.

Para se ter uma idéia, o glifosato, que custa em torno de US$ 8 o litro no mercado comum da região, é vendido a US$ 5,50 pelo consórcio, preço 31% menor. O presidente do consórcio, Gilson Pinesso, explica que a empresa está em franco desenvolvimento e formula 5 tipos de produtos próprios que são usados na dessecação do mato, no sistema de plantio direto na palha, além de vender outros 15 produtos de terceiros como fungicidas, herbicidas e inseticidas.

O CCAB agrega hoje 21 cooperativas em todo o Brasil, quatro delas estão em Mato Grosso do Sul: Coabra, Conacentro, Coagri e Cooperoeste. A sede administrativa fica em Mato Grosso do Sul e há escritórios nos estados de São Paulo e Paraná.

O consórcio de capital limitado controlado pelas cooperativas arrecadou, em 2007, US$ 110 milhões. Nos 10 primeiros meses deste ano, obteve renda de US$ 220 milhões. Uma economia de 10% na obtenção de insumos mais baratos deve representar ganho de cerca de US$ 25 milhões em 2008 para as cooperativas.

Cada cooperativa possui uma cota dependendo do grau de investimento. A representatividade da Conacentro, por exemplo, é de 4%, e a da Coabra é de 27%. A meta do grupo é atuar mais em Santa Catarina e Rio Grande do Sul por meio da incorporação de novos parceiros.

De acordo com Pinesso, a perspectiva é muito promissora. Já foi solicitado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) o registro de 42 novos produtos que serão fabricados pelo CCAB.

A estimativa é que as cooperativas acionistas do CCAB representam cerca de 17% da produção de alimentos do país. Cerca de 65% do algodão, 20% da soja e 10% do milho. Mesmo assim, o setor reclama de baixa margem de lucro, por problemas logísticos que influenciam na comercialização.

O consórcio surgiu da dificuldade da importação de produtos agrícolas do Mercosul. Um dos problemas era a possível entrada de artigos sem qualidade e especificações necessárias. O consórcio atua na formalização e regularização das importações por parte das cooperativas.

Isso fez com que houvesse queda no custo de aquisição e trouxe um novo parâmetro de preços para o mercado. Assim, o CCAB disputa com as indústrias produtos mais competitivos e de boa qualidade, segundo Pinesso.

Há o rateiro dos lucros entre os cooperados. No início deste ano, foram distribuídos R$ 3,5 milhões (referentes a quatro meses). O CCAB já possui outros segmentos como: o CCAB Agro, voltado ao cuidado com produtos agroquímicos, e o CCAB Projetos, divisão que busca recursos.

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