A cooperativa Corol, de Rolândia (Norte), resolveu parar de brigar com a indústria na hora de entregar o trigo. Está construindo seu próprio moinho, com investimento de R$ 30 milhões. Todo ano, na época da colheita, o cereal tem baixa liquidez, uma vez que os armazéns das indústrias estão lotados de trigo estrangeiro. Os preços caem e o produtor precisa arcar com armazenagem. A reclamação vem de todas as regiões que produzem trigo no Paraná.
A partir de agosto de 2009, a Corol quer passar a receber e processar trigo. Promete dar destino à maior parte da produção de seus 7,8 mil cooperados. "Os associados não vão mais dar com a cara na porta se quiserem vender a produção na época da colheita", afirma o diretor-secretário da Corol, Luiz Maurício Violin.
A verticalização que já ocorre nos setores da laranja, café e cana mostra-se também como saída para agregar valor e ampliar renda, afirma o coordenador de Difusão de Tecnologia da Corol, Humberto Duarte. A cooperativa tem uma política agressiva na busca de novos mercados. O suco de laranja, por exemplo, é 100% exportado.
O moinho da Corol deve receber 130 mil toneladas por ano. Será necessário comprar cereal na região dos Campos Gerais para misturar com o produzido no Norte. Não que o trigo do Norte não tenha qualidade, pelo contrário. A mistura visa uma farinha com padrão comum, que valha o preço que o mercado paga.
No ano que vem, em vez de milho safrinha, Nikolaus Schauff, de Rolândia, pretende plantar mais trigo. Ele confia que o projeto da cooperativa permitirá remuneração acima do custo, que hoje está em torno de R$ 29 por saca. O cereal de inverno pode ocupar uma área de 120 hectares em 2009, avalia.
Agricultor por toda a vida, Schauff, 71 anos, defende que o produtor rural precisa mudar de cultura de acordo com o mercado. Ele planta atualmente um quarto de seu sítio de milho, um quarto de soja e outro de cana o restante é mata nativa. Qualquer das alternativas de produção pode ser ampliada ou reduzida. No último ano, os grãos renderam mais que a cana, mas essa tendência pode se inverter, observa.
A indústria não garante preço, mas diz que existe saída para a valorização do trigo. O presidente do Sindicato da Indústria do Trigo do Paraná, Marcelo Vosnika, afirma que o estado tem um dos melhores trigos do continente e propõe o lançamento de um selo de qualidade, que permitiria a cobrança de preço diferenciado.
Ele atribui os problemas que impedem a elevação da produção ainda insuficiente para o consumo às próprias características do setor. A colheita é concentrada em três meses do ano, mas o consumo não. O preço do transporte marítimo entre portos nacionais torna o produto mais caro que o argentino nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, considera. (JR)
Justiça do Trabalho desafia STF e manda aplicativos contratarem trabalhadores
Parlamento da Coreia do Sul tem tumulto após votação contra lei marcial decretada pelo presidente
Correios adotam “medidas urgentes” para evitar “insolvência” após prejuízo recorde
Milei divulga ranking que mostra peso argentino como “melhor moeda do mundo” e real como a pior
Deixe sua opinião