Apreensões de agrotóxicos crescem 40% em outubro
De janeiro a outubro, a polícia apreendeu um volume superior a 19,5 toneladas de agrotóxicos ilegais. No início do mês de setembro, os dados das entidades do setor apontavam que 14 toneladas desses produtos já tinham sido recolhidas. No último mês, com a realização de operações policiais no Paraná, São Paulo, Bahia, Pernambuco, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais houve um crescimento de 5,5 toneladas (40% em relação a setembro). No acumulado dos últimos 12 meses, o volume de agrotóxicos ilegais tirado de circulação pelas autoridades ultrapassa 50 toneladas. Desde 2001, quando o segmento mobilizou-se numa campanha nacional contra os agrotóxicos ilegais, mais de 370 toneladas de insumos sem registro no Brasil, ou falsificados, deixaram de chegar ao campo. Até agora, 14 pessoas foram condenadas por envolvimento com agrotóxicos ilegais. Outras 480 estão indiciadas em inquéritos e aguardam pronunciamento da Justiça.
Agronegócio
Balança comercial cai, mas matém superávit (Figura acima)
A balança comercial do agronegócio brasileiro vem refletindo, ao longo dos meses, a contração da demanda mundial por alimentos após a crise econômica que teve início em 2008. Em outubro, as exportações do setor somaram US$ 5,74 bilhões, resultado 17,3% abaixo do registrado no mesmo período do ano passado. O superávit do mês foi de US$ 4,51 bilhões. O acumulado do ano em exportações do agronegócio atingiu US$ 54,8 bilhões, representando uma queda de 11,4% em relação aos dez primeiros meses de 2008. O saldo comercial, sem computar as negociações já realizadas em novembro, é de US$ 46,98 bilhões. O resultado, até o momento, é US$ 5 bilhões menor que o conseguido pelo setor no mesmo período do ano passado. Entre os segmentos com maior peso no resultado da balança, apenas o sucroalcooleiro, com crescimento de 16,2%, superou o valor comercializado em outubro de 2008, atingindo US$ 1,011. O complexo soja teve retração de 33,8%, as carnes de 19,9, os produtos florestais de 21,7% e o café de 24,2%.
Açúcar e álcool
Índia compra duas usinas sucroalcooleiras no Paraná
Na semana passada, a indiana Shree Renuka Sugars anunciou a compra das duas unidades sucroalcooleiras paranaenses da Vale do Ivaí Açúcar e Álcool, instaladas em São Pedro do Ivaí e Marialva. Pela aquisição das unidades do Paraná, desembolsará cerca de US$ 82 milhões e assumirá uma dívida de US$ 240 milhões, renegociada para oito anos. As unidades compradas incluem 18 mil hectares de terras, associações nos dois maiores terminais de exportação de açúcar e de álcool do Paraná e ainda na CPA Trading, responsável pela comercialização de 60% do etanol do estado. Ainda de acordo com informações da empresa indiana, a transição para que seja finalizado o processo de aquisição será de 45 dias, ou seja, até o final deste ano. As exportações agrícolas brasileiras para a Índia cresceram 1.090% em outubro na comparação com o mesmo mês do ano passado.
Mandioca
Guerra das farinhas está de volta ao Congresso (Foto 1)
Depois de ter sido aprovada no Congresso Nacional e vetada pelo presidente Lula, a adição de fécula/amido de mandioca na farinha de trigo volta à discussão no parlamento. O projeto que prevê a obrigatoriedade da mistura de 10% foi aprovada pela Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados, no dia 28 de outubro deste ano, e trouxe novas expectativas à cadeia produtiva da mandioca. O Projeto de Lei em tramitação na Câmara 5332/09 é de autoria da deputada federal Elcione Barbalho. Foi aprovado na forma do substitutivo assinado pelo relator da Comissão, deputado Beto Faro. Ele define que a mistura se restringe exclusivamente à fécula e deve acontecer no prazo de até 4 anos após a publicação da lei (o projeto de lei original previa a adição de outros derivados da mandioca). O Projeto segue agora para outras comissões.
Sanidade
PR vai reestruturar sua defesa sanitária vegetal
Com apoio financeiro do governo federal, o Paraná inicia uma completa reestruturação do sistema de Defesa Sanitária Vegetal (DSV). O setor atua na prevenção, controle e erradicação de pragas e doenças que atingem as lavouras. Um convênio firmado entre Ministério da Agricultura e a Secretaria da Agricultura vai disponibilizar quase R$ 6 milhões, entre recursos federais e contrapartida no estado. A aplicação dos recursos visa fortalecer as ações de enfrentamento de pragas como a ferrugem asiática na cultura da soja, por exemplo, e a doença greening, que ataca a citricultura. Também vai incrementar medidas importantes e preventivas de doenças como sigatoka negra, que ataca a bananeira. Do total a ser aplicado, Ministério já liberou R$ 4,74 milhões. O restante dos recursos será a contrapartida do estado.
Café
Definidas as regras para converter dívidas em produto (Foto 2)
Através da Instrução Normativa nº 51, o Ministério da Agricultura definiu as regras para a conversão de dívidas da linha de estocagem de café, safra 2008/2009, em produto. A IN foi publicada na edição do dia 11 de novembro do Diário Oficial da União (DOU). A linha de financiamento foi concedida com recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé). Para efetuar o pagamento da operação de crédito com café, o produtor deverá procurar o agente financeiro, pelo menos 30 dias antes do vencimento da parcela. O mutuário terá ainda que entregar ou manter o produto em armazém credenciado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em até 15 dias do vencimento da dívida. A Conab utilizará como base o preço mínimo vigente do tipo de café entregue para calcular o valor do produto. A medida é válida para produtores adimplentes e permite que a dívida seja quitada integral ou parcialmente com café.