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Cultura do bicho-da-seda volta a atrair produtores paranaenses

 | BRUNNO COVELLO/BRUNNO COVELLO
(Foto: BRUNNO COVELLO/BRUNNO COVELLO)

Responsável por 82,7% da produção brasileira de casulo de bicho-da-seda na safra 2014/15, que colheu 2,9 mil toneladas, a cultura de seda no Paraná vive um bom momento, com preços aquecidos e novos produtores interessados na atividade. A seda produzida no estado é considerada uma das melhores do mundo, e um produto que tem comercialização garantida no mercado europeu e asiático. Segundo dados do Departamento de Economia Rural (Deral), houve um crescimento de 9% na produção paranaense.

Segundo o técnico da Emater e gerente da Câmara Técnica da Seda no Paraná, Oswaldo da Silva Pádua, houve um aumento de 20% a 30% nos preços pagos na safra 2014/2015. “O produtor está recebendo em média entre R$ 18 a R$ 20 pelo quilo do casulo, o que garante a ele uma boa remuneração, que pode chegar a até R$ 15 mil por hectare”, diz Pádua.

Nos últimos anos, a combinação de pesquisas e investimento em tecnologias tem garantido bons resultados no campo com o aumento da produtividade. De acordo com o Deral, no período entre 2011/12 e a safra 2014/15, mesmo com a redução de área de 26%, a produção cresceu 7% devido ao aumento de produtividade, que passou de 558 para 651 quilos por hectare. Uso de irrigação, adubação e bom manejo fizeram a diferença. Para a analista do Deral, Gianna Maria Cirio, muitas destas práticas já utilizadas em outras culturas não eram aplicadas no cultivo das amoreiras. “Novas máquinas também reduziram o esforço dos produtores durante a colheita e a necessidade de mão de obra, um dos grandes gargalos do setor”, comenta Gianna.

Exportação

Com uma produção crescente e preços animadores, o mercado de exportação também está mais aquecido. O preço pago pelo quilo da seda está variando entre US$ 50 a US$ 60. “O fio brasileiro é muito bem aceito pela sua qualidade superior ao produzido na China, que é um grande exportador também. O nosso fio tem sido utilizado na França e Itália para compor roupas de marcas exigentes”, afirma Pádua.

O Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP), calculado pelo Deral, mostra a evolução do desempenho da atividade (produção de casulos + larvas do bicho da seda) ao longo do ano de 2015, que corresponde ao faturamento bruto dentro dos estabelecimentos. O resultado foi de aproximadamente R$ 41 milhões na safra 2014/15.

Os produtos da seda são exportados na forma de fios (85%) e como sobra de seda não cardados (15%). Segundo Pádua, o Brasil exportou na última safra 550 toneladas de fio da seda, que vão para países da Europa, como Itália, França e Alemanha, e também para países asiáticos como Japão e Coreia.

Retrato

No último levantamento feito pelo Deral, a sericicultura estava em 174 municípios, envolvendo cerca de 1,790 sericicultores em uma área de 3,730 hectares. O município de Nova Esperança, no Noroeste, continua sendo o maior produtor, com a concentração de 158 produtores, o que equivale a 17% do estado. Cultivam uma área de 543 hectares e produzem 348 toneladas de casulos verdes.

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