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De bóia-fria a cafeicultor

Carlópolis – Um grupo de 21 ex-bóias-frias, que consumiu boa parte da vida nas lavouras de grandes e médios cafeicultores, hoje vive a experiência de produzir em sua própria terra. O café é a principal atividade do assentamento realizado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), em Carlópolis, por meio do Banco da Terra.

Criado em 1998, o Banco da Terra financia a compra de áreas para pequenos agricultores ou sem-terra. Na prática, promove uma reforma agrária sem tensão – já que elimina as invasões e as reações armadas.

No núcleo de Carlópolis, implantado há três anos, os lotes têm oito hectares, com prazo de pagamento de 18 anos. Na maioria, foram construídas casas, por meio do programa estadual Casa da Família Rural. Entre as linhas de café, já em produção, há lavouras de subsistência, como milho e arroz.

Embora enfrentem dificuldades para pagar as primeiras prestações, os novos cafeicultores estão satisfeitos. "Como bóia-fria, a gente só dava lucro para os outros", diz Aparecido Leite Meni, 50 anos, que trabalhou como diarista nas lavouras durante 20 anos. Ele vive na área com dois irmãos, também casados, cujas famílias somam oito pessoas.

"Estamos felizes aqui, com a terrinha, a luz e a casa pronta", afirma Adão Honorato. Ele tem duas prestações da terra vencidas, somando R$ 2,8 mil, mas espera pagá-las com a primeira safra de café, que deverá render 200 sacas.

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