A história de vida do fruticultor Miguel Ferreira, de Campo Largo, é fator de estímulo para as 40 pessoas que trabalham com ele nesta colheita. Foi peão por 16 anos e hoje tem 16 hectares de pomares em sociedade com seu genro. Relata que conseguiu passar de empregado a patrão com trabalho, apoio de outros fruticultores e apostas como a que faz nas maçãs Eva e Julieta.

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A fruta ocupa 2 hectares e oferece renda no início do verão, antes das festas de fim de ano. Em dezembro, os galhos das macieiras carregadas começam a arcar com o peso da produção. O rendimento por hectare é de 45 toneladas, mas pode chegar a 70, dependendo do clima, relata.

A expectativa de Ferreira é alcançar preço médio de R$ 0,70 por quilo, com renda de R$ 30 mil a R$ 45 mil por hectare. É mais do que se gasta para implantar a cultura – R$ 25 mil por hectare.

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Ameixa, caqui, pêssego e uva são culturas tradicionais. Mas a maçã se destaca pela produtividade, avalia. Para se ter uma ideia, são necessárias cerca de 50 pessoas para colher um hectare de maçã num dia, trabalhando sem parar.

Ferreira está expandindo seu negócio. No último ano, decidiu ampliar um barracão de 200 para 400 metros quadrados e instalou no local uma máquina selecionadora, que separa as frutas pequenas das grandes. A construção está sendo coberta para que as paredes sejam, então, concluídas. Com a separadora, poderá vender as frutas mais graúdas por melhores preços, com adicional de até 30%.

A maçã é a sexta fruta mais produzida no Paraná (atrás de laranja, banana, tangerina, melancia e uva) e a sétima mais valorizada (atrás de uva, laranja, banana, morango, tangerina e melancia, em ordem decrescente).

Nem todas as regiões mostram-se empolgadas como as que plantam Eva e Julieta. Na mais tradicional região produtora de maçã, a de Palmas, os fruticultores buscam variedades mais produtivas e enfrentam a histórica queda nos preços que ocorre no auge da colheita.