Com o plantio praticamente concluído nas principais regiões produtoras do país, a variável da safra 2009/10 deixa de ser o aumento ou a redução da área, ou então o investimento em tecnologia. As atenções passam a se concentrar na condição mais cruel, determinante e decisiva para o desempenho do campo: o clima. O Paraná e o Brasil plantaram para bater recorde de produção, com potencial histórico na soja e a segunda maior safra de milho. Mais uma vez o produtor fez a sua parte, depositou suas fichas e se mostrou confiante.
A preocupação vem de uma dúvida que ainda resta em relação às previsões climáticas. Afinal, esse tal de El Niño vai ou não trazer mais chuvas para o verão? Será ou não capaz de evitar veranicos em janeiro? Infelizmente, perguntas sem respostas definitivas, pelo menos até o momento. A duração do El Niño não é mais unanimidade, mas ninguém, nenhuma previsão, ousa desconsiderar seu potencial.
Assim, o produtor está mais uma vez a depender de São Pedro. Até aí, nenhuma novidade. Até porque estamos falando de uma indústria a céu aberto. A diferença, nesta temporada, é que a preparação ao plantio considerou o fenômeno climático, que promete tempo bom para a agricultura. Como os meteorologistas e as diversas cartas e modelos climáticos estão assumindo divergências, o quadro é de dúvidas. De qualquer forma, a aposta está feita, e não é pequena.
Na edição de hoje, o Caminhos do Campo traz a estimativa da Expedição Safra RPC para o volume total de soja e milho a ser produzido no país durante o ciclo de verão. A projeção às duas culturas, que juntas representam 80% do potencial do cultivo de grãos em 2009/10, sinaliza uma produção recorde, com grandes chances de superar as 144 milhões de toneladas registradas em 2007/08.
Porém, são definições que, daqui para frente, passam pelo clima.