Luis Eduardo Magalhães (BA) - Nas últimas três temporadas, os produtores de soja, milho e algodão do Oeste da Bahia não têm tido sossego contra pragas naturais. Depois da "epidemia" de Helicoverpa armigera na safra 2012/13, que resulta num prejuízo acumulado de R$ 3 bilhões, a mosca braca está tirando produtividade das lavouras da região. Com a colheita de oleaginosa ainda na fase inical (10%), o cálculo é que a praga reduza a produtividade em 3 sacas por hectare.
"Hoje, quatro pragas preocupam: bicudo, Helicoverpa, falsa medideira e mosca branca. O grande problema atual é a mosca branca. Estamos procurando alternativas para combater a praga", ressalta Celito Eduardo Breda, coordenador do programa fitossanitário da Bahia.
A expectativa dos produtores é, assim como ocorreu com a Helicoverpa, reduzir os prejuízos por meio do manejo nos próximos anos. Na safra retrasada, a largarta chegou a gerar prejuízos de 8 sacas por hectare, quantidade que caiu para apenas 2 sacas por hectares em função de um melhor controle biológico, inclusive com o uso de vírus.
"O manejo integrado de praga só funciona se todos fizerem. Se um furar, perde tudo", contextualiza Breda.
Atualmente, os produtores de soja do Oeste baiano têm gasto, em média, R$ 1 mil por hectare somente com controle fitossanitário. Há 12 anos, esse valor não ultrapassava R$ 300 por hectare. "Esse é o item que mais subiu no custo de produção", afirma o coordenador do programa.
Apesar do ataque das pragas, o Oeste da Bahia terá uma boa safra de soja. A expectativa é de que a produtividade média na região alcance 50 sacas por hectare. Nas últimas três safras, por conta de veranicos, o rendimento médio ficou em 40 sacas por hectare.
*O jornalista viajou a convite da Associação de Agricultures e Irrigantes a Bahia (Aiba)
Deixe sua opinião