Com exportações em “ritmo insustentável”, os Estados Unidos vão precisar elevar consideravelmente as suas importações para evitar que seus estoques de soja sejam zerados ao final da safra 2013/14. O alerta é da Oil World, consultoria especializada em oleaginosas com sede em Hamburgo. Em relatório divulgado ontem, a empresa alemã afirmou que dificilmente todo o volume de soja vendido antecipadamente pelo país será embarcado e que “será preciso um racionamento significativo para adequar a demanda ao nível de oferta disponível”.
Faltando seis meses para o encerramento da temporada, os EUA já acertaram com importadores a venda de 44,2 milhões de toneladas do grão – 2,5 milhões acima da meta estipulada pelo USDA, o departamento de Agricultura do país, para a todo o ciclo. Nas contas da Oil World, as exportações norte-americanas de soja devem somar 42,2 milhões de toneladas em 2013/14 – um salto de 17% sobre o volume embarcado no ciclo anterior que deve rebaixar os estoques finais do país para níveis ainda mais críticos.
Ainda segundo a consultoria, as reservas norte-americanas da oleaginosa tendem a cair a 3,4 milhões de toneladas, volume equivalente a apenas 3,7% do consumo anual e bem abaixo do projetado atualmente pelo USDA (3,95 milhões de t). Na avaliação da Oil World, os preços da soja terão que subir consideravelmente EUA para fazer com que a demanda migre para a América do Sul e evitar que os estoques norte-americanos recuem a níveis ainda mais baixos – situação que deve beneficiar também o Brasil.
“Os preços internacionais continuarão bastante sustentados, criando prêmios maiores para a soja de origem sul-americana, o que incentivaria inclusive um aumento das importações da América do Sul para os EUA”, diz o relatório. Maiores produtores da oleaginosa do mundo, os norte-americanos podem importar um recorde de 1,3 milhão de toneladas em 2013/14 para evitar o desabastecimento de seu mercado, segundo a Oil World.
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