Um grupo de alunos do 4º ano de Agronomia, da Universidade Estadual de Maringá (UEM), decidiu levar a sério o conceito da disciplina Extensão Rural. Eles promovem nesta quinta-feira um dia de campo para demonstrar, na prática, os resultados de um trabalho de iniciação científica na área de fertilidade de solos e nutrição de plantas. O objetivo é destacar o consórcio milho safrinha-braquiária e a inoculação das sementes de milho com a bactéria Azospirillum (fixação de nitrogênio e promoção de crescimento vegetal)
As estações de campo vão mostrar experimentos de milho safrinha e braquiária, que no cultivo consorciado têm a função de melhorar aspectos químicos, físicos e biológicos, da planta e do solo. Descompactação, elevação da matéria orgânica do solo, combate à erosão e menor incidência de doenças são alguns dos benefícios desejáveis. Com a adoção da técnica do consórcio, explica Luiz Tadeu Jordão, um dos acadêmicos responsáveis pela organização do evento, observa-se ainda reflexos na produtividade. Usando números da Embrapa Soja, ele diz que a produtividade da safrinha pode reduzir em até 7%. A soja, porém, cultivada sobre a palhada do consórcio, tem potencial para um rendimento 10% maior. Em média, de 5 a 6 sacas por hectare.
Sobre a Azospirillum, o acadêmico esclarece que "as pesquisas mostram que a inoculação das sementes de milho pode proporcionar incrementos na produtividade variando entre 5% a 30%". A variação, segundo Jordão, é resultante das diferentes condições climáticas, tipos de solos e utilização de diferentes hibrídos de milho encontrados no Brasil. A safra 2009/10 foi o primeiro ano agrícola comercial do Azospirillum no Brasil. Dessa forma, ele destaca que ainda são necessárias mais pesquisas a fim de otimizar a utilização e os efeitos benéficos dessa bactéria.
De acordo com Luiz Jordão, a iniciação científica não é obrigatória dentro da universidade. "É interesse do próprio acadêmico em aprofundar conhecimentos em áreas específicas. Uma ferramenta que auxilia na formação profissional, dando suporte para enfrentarmos situações que normalmente não conhecemos dentro de sala de aula." Para o professor Antonio Saraiva Muniz, do Departamento de Agronomia da UEM, "o aspecto relevante está na natureza aplicada da pesquisa, que possibilita ao estudante avaliar uma tecnologia específica e sua viabilidade de uso, bem como apreender as especificidades do método científico, que abrange o tripé em que se apoia a universidade: ensino, pesquisa e extensão".
Serviço:
O dia de campo será realizado dia 24 (quinta-feira) na propriedade Versari, no município de Paiçandu, a 15 quilômetros de Maringá. As parcelas estarão abertas à visitação a partir das 13 horas. As palestras e a apresentação dos resultados das pesquisas têm início às 13h30.
Informações: www.fertilidadedesolos.blogspot.com.